Floresta na região de Baarn, na Holanda. Papa afirma que o “uso desenfreado de combustíveis fósseis e a destruição das florestas estão a criar uma subida das temperaturas e a provocar secas graves” | Foto: LUSA

O Dia de São Francisco de Assis é celebrado esta quarta-feira, dia 4 de outubro e, este ano, a data assume especial importância. “Nessa data, tenciono publicar uma exortação, uma segunda parte da Laudato Si’”, disse no verão o Papa Francisco, que já antes tinha explicado que o seu propósito passa por fazer uma atualização sobre os “os problemas atuais” que afetam o planeta.

Para João Luís Fontes, da comissão coordenadora da Rede Cuidar da Casa Comum, “o anúncio de fazer uma segunda parte da Laudato Si’, de atualizá-la nalgumas das suas consequências, é importante a vários níveis”. “Significa que esta questão da ecologia integral veio para ficar”, realçou, adiantando que desta forma o Papa diz que a Laudato Si’ “não é um documento fechado”.

“Com a questão pandémica, com o tornar cada vez mais evidente as consequências nefastas, por exemplo ao nível climático de uma exploração desenfreada dos recursos, a juntar à guerra, ao aumentar das desigualdades, possivelmente justifica um olhar mais atualizado, mais alargado e aprofundado, sobre os problemas que decorrem deste esforço por uma ecologia integral”, disse, em declarações à agência Ecclesia.

Em prol da proteção do planeta
A encíclica Laudato Si’ é um documento social e ecológico publicado pelo Papa Francisco em 2015. Cinco anos depois da sua publicação, o Vaticano apresentou um “manual” de aplicação deste documento, com mais de 200 recomendações em defesa do ambiente e da vida.

Também no dia 4 de outubro chega ao fim o Tempo da Criação, que teve início com o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a 1 de setembro. Na mensagem para a celebração do Tempo da Criação, o Papa Francisco fez referência a algumas das catástrofes que assolam o mundo. “O consumismo voraz, alimentado por corações egoístas, está a transtornar o ciclo da água do planeta. O uso desenfreado de combustíveis fósseis e a destruição das florestas estão a criar uma subida das temperaturas e a provocar secas graves”, alertou Francisco.