O consumo consciente de água faz parte das preocupações diárias de Carlos Lopes | Foto: DR

O Aqueduto das Francesas é uma obra do século XVIII que fez com que cada lisboeta tivesse acesso a quatro litros de água por dia. O que significa para si esta quantidade de água?
Quatro litros de água por dia é muito pouco. Quando esperamos que a água aqueça para tomarmos banho devemos gastar mais que essa quantidade. Se só tivesse quatro litros de água por dia, teria de dar prioridade à alimentação e pensar em alimentos que fossem cozinhados com pouca água ou em que fosse possível aproveitar a água em duas fases, por exemplo, depois de cozer batatas, aproveitar a água para fazer uma sopa, ou arroz.

Um dos grandes problemas no tratamento de águas residuais são os cabelos que ficam no ralo do chuveiro. Quando os apanham, a maioria das pessoas coloca-os na sanita, mas deviam depositá-los no lixo. O mesmo se passa com os cotonetes, por exemplo. Como se podem alterar estes hábitos?
Muitas dessas ações acontecem por desconhecimento. Talvez fosse importante visitar uma estação de tratamento de águas residuais para aprender sobre esse processo e, assim, alterar mentalidades e hábitos.

Que soluções podem existir para poupar?
Fechar a torneira enquanto se escova os dentes, evitar ter água a correr enquanto se lava a loiça, armazenar a água que corre antes de chegar a quente, não regar as plantas até que transbordem, usar uma garrafa de metal para encher todos os dias com água da torneira evitando os plásticos.

A facilidade de acesso à água está a criar uma cultura de desperdício?
A nós basta-nos abrir a torneira para ter água. Talvez não se esteja a dar o devido valor. Poderiam ser premiadas as pessoas com um consumo mais eficiente e responsável.

Texto: Mário Linhares