Foto: UNODC

O mais recente Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas, elaborado pela agência das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês), revela que o número de crianças vítimas de tráfico triplicou nos últimos 15 anos e a tendência para o aumento deste tipo de crime pode piorar com a pandemia.

Em 2018, foram detetadas e denunciadas 50 mil vítimas de tráfico humano em 148 países, mas os responsáveis da agência da ONU estão convictos que o número real pode ser muito maior pela natureza oculta deste crime. Os alvos preferenciais dos traficantes são os mais vulneráveis, como migrantes e pessoas sem emprego. Os meninos são mais usados para trabalhos forçados, as meninas são mais traficadas para exploração sexual.

O número de pessoas afetadas vem aumentando continuamente há mais de uma década e os setores económicos onde são colocadas privilegiam os trabalhos que se realizam de formas isoladas, como a agricultura, construção, pesca, mineração e trabalho doméstico. Por norma, são entregues a indivíduos que operam por conta própria ou em pequenos agrupamentos.

Segundo a UNODC, os traficantes encaram as suas vítimas como mercadorias, sem qualquer consideração pela dignidade e pelos direitos humanos, podendo o valor da venda atingir dezenas de milhares de dólares. O recrutamento já passa muito pelo aproveitamento da tecnologia, com muitas das crianças a serem abordadas por traficantes nas redes sociais, por serem um alvo fácil em busca de aceitação, atenção ou amizade.