Bernard Obiero - Diretor da Fátima Missionária

As crianças são a esperança de um futuro melhor e a certeza da continuidade da humanidade. A Doutrina Social da Igreja (DSI) mostra a importância da família, um ambiente de vida onde a criança nasce e desenvolve as suas capacidades. O documento indica ainda a exigência de respeitar a dignidade das crianças. “A família é importante e central em relação à pessoa. Neste berço da vida e do amor, o homem nasce e cresce: quando nasce uma criança, à sociedade é oferecido o dom de uma nova pessoa, que é ‘chamada’, desde o seu íntimo, à comunhão com os outros e à doação aos outros”, refere o Compêndio da DSI.

A Declaração Universal dos Direitos da Criança diz que todas as crianças, sem discriminação alguma, independentemente do grupo étnico, cor, sexo, língua, ou religião, devem ser protegidas pela família, pela sociedade e pelo Estado, para que possam desenvolver-se física, intelectual, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. A criança tem direito a uma adequada alimentação, habitação, recreio e cuidados médicos.

A situação de muitas crianças no mundo entristece-nos profundamente, por falta de condições que favoreçam o seu crescimento integral. Milhares de crianças vivem em condições desfavoráveis. Muitas correm risco de violência, exploração e abusos. Outras sofrem de pobreza, fome e abandono, e outras ainda são vítimas da guerra. Um provérbio africano diz que “quando dois elefantes lutam, quem sofre mais é a relva. De facto, no meio dos conflitos e injustiças sociais são as crianças as mais atingidas pelas calamidades.

Um estudo divulgado pela UNICEF em outubro passado revelou que a pobreza infantil em 22 países da Europa de Leste e Ásia Central aumentou este ano devido à guerra na Ucrânia e à consequente desaceleração da economia. Com mais de quatro milhões de crianças a viver abaixo do limiar da pobreza, só na Europa de Leste e Ásia Central, o estudo indicou que houve, este ano, um aumento de 19 por cento na pobreza infantil, relativamente ao ano passado. A situação das crianças em risco, as maltratadas, abandonadas e pobres, justificam toda a nossa atenção. A todas as crianças devemos oferecer o melhor que temos.