“Não há populações inteiras infetadas [com Covid-19] e, por isso, não devem ser rotuladas de ‘alto risco’”. É com base neste princípio que o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês) está a pedir aos governos de todo o mundo que mudem o seu foco de países inteiros para viajantes individuais, na avaliação de risco de propagação da pandemia.

Segundo Gloria Guevara, presidente e CEO do WTTC, a forma como está ser feita a abordagem à avaliação de risco, “não apenas estigmatiza uma nação inteira, como também interrompe as viagens e a mobilidade quando muitas pessoas, com teste negativo na partida e chegada, podiam viajar em segurança sem exportar o vírus”.

“O risco baseado em países inteiros não é eficaz nem produtivo. Em vez disso, redefinir o risco para viajantes individuais será a chave para destrancar a porta para o retorno de uma viagem internacional segura. Não podemos continuar rotulando países inteiros como ‘de alto risco’, o que presume que todos estão infetados. Embora o Reino Unido esteja registando altos níveis de infeções, claramente nem todos os britânicos estão infetados; o mesmo vale para todos os americanos, espanhóis ou franceses”, sublinha a responsável em comunicado.

Para Guevara, a implementação de um regime de testes abrangente e o uso de tecnologia é a única maneira prática de restaurar as viagens internacionais com segurança. Além disso, um programa de teste abrangente será menos caro do que o custo económico gerado por quarentenas e bloqueios generalizados.

“Precisamos aprender a conviver com o vírus, pois demorará muito para que a população global seja vacinada. É por isso que o WTTC há muito defende a introdução de um teste abrangente e de baixo custo na partida e chegada para todos os viajantes internacionais, como uma forma de evitar que os portadores do vírus o espalhem”, reforça a diretora do organismo que representa o setor privado global de viagens e turismo.