Bárbara Barreiros - Investigadora da Universidade do Minho

Só através do exercício do direito ao voto, escolhendo um líder sábio e sensato, poderás governar a tua própria vida e alcançar a tão almejada felicidade coletiva e a liberdade individual.

A preguiça, a indecisão, a falta de fé e uma eventual abstenção no sufrágio que se aproxima no fim deste mês, para escolha dos representantes da nação, não leva a comunidade ao caminho iluminado.

Não raras vezes se ouve os cidadãos afirmarem que se afastaram da vida política porque não acreditam nas opções dos líderes, imputando-lhes atitudes egoístas e desonrosas. Talvez não sejam todos bons rapazes, sem dúvida que inexistem Homens perfeitos. Contudo, o afastamento dos cidadãos da vida pública e política não resolveria o problema da má gestão, das más opções e da corrupção. Eximir-se do dever de contribuir para a escolha dos nossos representantes, “lavando as mãos” tal qual Pilatos, apenas aumentaria o sentimento de egoísmo que se alastra pela sociedade e condenaria a sociedade e os destinos da nossa nação ao caos.

Vivemos uma crise sanitária e política que insiste em demorar-se, pelo que a eleição de 30 de janeiro requer redobrada atenção, merece uma cuidada reflexão e planeamento do futuro.

Existem cada vez mais opções de escolha – das mais tradicionais aos mais recentes partidos políticos. Da esquerda à direita, são vários os partidos que envergam candidaturas às legislativas– dos 22 círculos eleitorais, Lisboa tem o maior número de candidaturas com 21 e Bragança tem o menor número com 14 candidaturas. O PSD, PS, BE, CDS-PP, CDU, PAN, Chega e Iniciativa Liberal, Livre, MPT, RIR, Ergue-te e MAS apresentaram candidatura a todos os círculos eleitorais. Muitas também são as caras já bem conhecidas de todos, com mostras de grande seriedade e experiência política, longe de populismos, oportunismos e “show-off”.

Com a internet tudo está à distância de um clique, qualquer cidadão com alguma literacia digital poderá aceder aos boletins das candidaturas, ler os programas e as propostas eleitorais dos partidos, ouvir e ler os debates públicos, analisar o perfil de cada um dos candidatos, ponderar o que fizeram e o que pretendem fazer pelo país e pelos cidadãos, e não se deixar enganar pelo impossível.

Nós somos os responsáveis pela escolha que nos parece a mais acertada e nunca dantes foi tão necessária a mobilização de todos no exercício do direito de voto. Não deixem ganhar a abstenção. Não caiam assim na tentação de transferir a responsabilidade aos outros dizendo “Estou inocente do sangue deste homem justo. Esta é uma questão vossa!” (Mt.27-24).

1 comment

  1. Inteiramente de acordo, na generalidade. É óptimo que aqueles que militam na comunicação social, sobretudo nos canais da Igreja, alertem para o problema das eleições, sobretudo nesta fase deveras difícil que o país atravessa. No entanto, tenho um pequeno reparo a fazer: Porque será que não nos preocupamos, muito menos os partidos políticos, em esclarecer também as pessoas da má qualidade da Lei Eleitoral? Não deveria ser essa a nossa primeira preocupação? Fica a nota, obrigado.

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