Álvaro Pacheco | Diretor da Fátima Missionária

Logo após a saída do fumo branco da chaminé da Capela Sistina, no passado dia 8 de maio, as expectativas sobre quem teria sido eleito como sucessor de São Pedro causaram uma ‘onda’ de emoções fortes pelo mundo, mesmo entre muitos não crentes, que atingiram o ponto alto aquando da aparição do novo Papa no balcão central da Basílica de São Pedro. E porquê? Porque o legado do Papa Francisco teve um impacto tão forte no mundo, que serão poucos os que ficaram indiferentes ao mesmo.

Após o novo Pastor máximo da Igreja Católica se ter revelado, procurei online informações sobre a sua identidade e confesso que fiquei contente, podendo assim responder afirmativamente à questão que nos dias seguintes me foi colocada por várias pessoas: “Então, que acha do novo Papa?” Seria muito triste se a Igreja tivesse dado um passo atrás, sobretudo após as reformas que Francisco conseguiu implementar, mesmo que não todas as que desejaria.

Ao eleger o cardeal Robert Francis Prevost, a Igreja decidiu continuar a trilhar muitos dos caminhos sonhados, traçados e realizados por Francisco. Colho algumas ideias-chave do discurso inicial do Papa Leão XIV: o desejo de uma “paz desarmada e desarmante”, e o de uma “Igreja missionária”, que esteja de “braços abertos” para “todos aqueles que precisam” de “caridade, diálogo e amor”. Também fiquei contente ao ouvir o Papa falar na necessidade de dar continuidade ao processo sinodal, o qual, na minha perspetiva, só peca por ter acontecido muito tarde.

Não há dúvida de que os desafios que se colocam diante do novo Papa são muitos e bastante exigentes. Na verdade, sempre o foram ao longo dos tempos, mas a realidade e os desafios que o mundo atual vive e enfrenta são de uma dificuldade acrescida, bem como dentro da própria Igreja. Gostei dos ‘rugidos’ insistentes de Leão XIV pela paz, por uma Igreja missionária e aberta a todos. Outro elemento que me satisfez ao conhecer o seu passado pastoral foi o de ter sido missionário no Peru, enquanto religioso dos Agostinianos, o que o assemelha ainda mais ao Papa Francisco, com a vantagem de também ter trabalhado no Vaticano, ou seja, por conhecer a Igreja por dentro e por fora. Esta nomeação encaixa bem no contexto do Jubileu da Esperança que estamos a celebrar, pois, mesmo que a Igreja seja conhecida por tardar e ser lenta a fazer reformas, “A esperança é a última a morrer”, tal como diz o ditado popular.