Pintura em edifício no Bairro do Zambujal representa o quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, relativo à igualdade de género | Foto: DR

Apesar de uma personalidade discreta, que evita os holofotes, Soraia das Neves, de 37 anos, residente no bairro, casada, com quatro filhos e que trabalha como secretária clínica, aceitou ser representada na pintura alusiva ao ODS 5, dedicado à igualdade de género e empoderamento de mulheres e raparigas. Em entrevista, a mulher partilhou as suas reflexões, dedicadas ao tema.

O que falta no Bairro do Zambujal para que mulheres e raparigas tenham as mesmas oportunidades e direitos que os homens e rapazes?
A mulher é diferente do homem, desde a forma física até ao que se designa como ‘sentimentos’. Cada um tem o seu papel a exercer. A igualdade de género é sempre bem-vinda, por exemplo, na área profissional. O Bairro do Zambujal tem residentes de várias culturas, por isso, não é uma tarefa fácil promover os direitos da mulher.

Pode dar-nos um exemplo de uma mulher do Bairro do Zambujal que seja uma referência na defesa dos direitos das mulheres?
Conheço mulheres de etnia cigana que deram a oportunidade a elas próprias de tentarem ser felizes na vida amorosa depois de um passado de traumas e más experiências noutros casamentos. Enfrentaram a tão rigorosa tradição onde é mais fácil a decisão ser tomada pelo homem.

Como é que uma família pode dar um bom exemplo na promoção da igualdade de género?
Uma família ensina os mais pequenos desde o berço. Creio que o ingrediente principal é mostrar a cada um o papel e a importância do respeito.

Texto: Mário Linhares