A desflorestação no Brasil em 2022 foi de 20.576 quilómetros quadrados de vegetação, uma extensão 22,3 por cento superior à devastada em 2021 e equivalente à dimensão do território de um Estado como Israel, segundo o Relatório Anual de Desflorestamento 2022 do MapBiomas, uma plataforma científica que reúne ONG, universidades e empresas de tecnologia para analisar o uso da terra com a ajuda de imagens de satélite.

Segundo o estudo divulgado neste mês de junho, no Brasil foram devastados, em média, 56,4 quilómetros quadrados de florestas, savanas ou flora campestre diariamente em 2022. De acordo com o mesmo trabalho de investigação, nos últimos quatro anos, o Brasil perdeu cerca de 66 mil quilómetros quadrados de cobertura vegetal, uma extensão da dimensão de um Estado como a Lituânia ou o Sri Lanka.

A maior devastação em 2022 no Brasil verificou-se na Amazónia, com a destruição de 11.926 quilómetros quadrados, 58 por cento de toda a vegetação destruída no país. De acordo com cálculos do MapBiomas, citados pela agência Lusa, a Amazónia brasileira perdeu em média 21 árvores a cada segundo no último ano.

O Relatório Anual de Desflorestamento 2022 do MapBiomas mostra ainda que as regiões mais preservadas são aquelas que estão ocupadas por terras indígenas, onde a desflorestação foi equivalente a 1,4 por cento da área destruída no ano passado no país. A extração de madeira para abrir espaço para a agricultura foi responsável por 95,7 por cento de todo a desflorestação em 2022 no Brasil.