A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27) é considerada o maior encontro anual sobre ação climática, e está atualmente a decorrer na cidade costeira egípcia de Sharm el-Sheikh, até ao próximo dia 18 de novembro, reunindo chefes de Estado, ministros, negociadores, ativistas climáticos, prefeitos, representantes da sociedade civil e CEO’s.

O encontro acontece numa altura em que se verifica uma “crescente crise de energia, concentrações recordes de gases de efeito estufa e aumento de eventos climáticos extremos”, explicam os serviços de comunicação das Nações Unidas, destacando que o encontro procura uma “solidariedade renovada entre os países”. Pretende-se que o evento seja uma ocasião para tomar medidas para “enfrentar a emergência climática, desde a redução urgente das emissões de gases de efeito estufa, construção de resiliência e adaptação aos impactos inevitáveis ​​das mudanças climáticas, para cumprir os compromissos de financiar a ação climática nos países em desenvolvimento”.

A COP 27 teve início no passado domingo, 6. Um dia depois, António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), interveio no evento e pediu um pacto histórico entre países ricos e em desenvolvimento para evitar a catástrofe climática. Para o responsável, as duas maiores economias – Estados Unidos da América e China – “têm uma responsabilidade particular de unir esforços para tornar este pacto uma realidade”. Lea Namugerwa, uma ativista climática do Uganda, descreveu como a sua vida mudou quando viu pessoas próximas dela a morrer devido a deslizamentos de terra provocados ​​por chuvas torrenciais no Uganda.

Al Gore, ambientalista e ex-vice-presidente norte-americano, galardoado com o Nobel da Paz em 2007, também deixou fortes alertas na sua intervenção. “Não temos que escolher maldições, podemos escolher bênçãos, incluindo as bênçãos da energia renovável. Estamos nos estágios iniciais de uma revolução energética, se investirmos nela e pararmos de subsidiar a cultura da morte, podemos salvar-nos”, referiu. Para o ambientalista, África poderia ser a superpotência renovável do mundo, porque o potencial das tecnologias solar e eólica do continente é 400 vezes maior do que o total das reservas de combustíveis fósseis restantes. O evento reúne mais de 100 líderes mundiais. Representantes da China e Rússia não deverão intervir. Espera-se uma mensagem em vídeo de Vlodimir Zelensky, presidente da Ucrânia.