Pauline Jaricot viveu entre 1799 e 1862. Fundou a Obra de Propagação da Fé. Foi beatificada em Lyon, França, a 22 de maio. O milagre que levou à sua beatificação ocorreu há dez anos, quando em maio de 2012, Mayline, uma menina de três anos e meio, se engasgou enquanto comia, sofrendo um bloqueio da traqueia. Os pais pediram ajuda e os socorristas aplicaram-lhe a massagem cardíaca e a reanimação. No hospital disseram-lhes que o “estado neurológico era irreversível e que a morte era iminente.” Após uma TAC, os médicos disseram que teria pouco tempo de vida e, mesmo que vivesse, não viria a falar ou a caminhar. Os pais da escola que Mayline frequentava fizeram uma novena à venerável Pauline Jaricot. A diocese de Lyon, local de nascimento da Pauline, estava então a celebrar o 150.º aniversário do falecimento desta mulher.

Mayline encontrava-se em coma, com ventilação e alimentação artificial. Um tratamento de estimulação cardíaca causou uma embolia pulmonar e fortes convulsões. Os médicos decidiram então parar o tratamento, enquanto os pais da menina queriam que ela continuasse a ser alimentada artificialmente. No início de julho, Mayline foi transferida para o hospital pediátrico de Nice. Antes da transferência, recebeu a unção dos doentes e os pais já pensavam onde enterrá-la. Uma semana depois, a criança voltou à vida e acabou por ter alta hospitalar. O inquérito diocesano para a santificação da Pauline Jaricot decorreu, e, depois, a comissão médica, na sua sessão, declarou que a cura tinha sido “rápida, perfeita e constante, assim como inexplicável de acordo com as leis da ciência”.

Pauline Jaricot era uma leiga que deu a conhecer aos seus contemporâneos a importância da missão da Igreja no mundo. Ela dedicou a sua vida aos pobres e a apoiar as missões. Nasceu em Lyon, a 22 de julho de 1799. Desde pequena que ouviu falar do trabalho dos missionários e, quando o seu irmão Philéas se tornou seminarista para ir trabalhar na China, ela enamorou-se ainda mais pela missão e queria acompanhá-lo.

Após recuperar de um acidente doméstico aos 15 anos, e da morte da sua mãe, Pauline decidiu dedicar-se a iniciativas de apoio ao trabalho de evangelização da Igreja. Fundou a Sociedade para a Propagação da Fé, com o objetivo de rezar e recolher fundos para as missões, assim como o “Rosário vivo” e as “Filhas de Maria”, consagradas sem hábito religioso, inteiramente dedicadas ao trabalho de divulgação da fé. Pauline morreu na miséria, em Lyon, a 9 de janeiro de 1862. Disse que era “o primeiro fósforo para acender o fogo” da missão – um fogo que, passados 200 anos, ainda arde em todos os que, com a sua fé, oração e ajuda contribuem para a missão universal da Igreja.

Texto: José Rebelo, diretor nacional das Obras Missionárias Pontifícias (OMP); texto conjunto Missãopress