Leão XIV lembrou domingo, 15 de junho, os “muitos conflitos armados” que estão a atingir vários pontos do globo, pedindo que se reze “pela paz no Médio Oriente, na Ucrânia e em todo o mundo”.
O Papa já tinha sublinhado a necessidade de Israel e Irão travarem a escalada das hostilidades na região do Médio Oriente, no sábado, no final da audiência jubilar. “Desejo renovar com veemência um apelo à responsabilidade e à razão” das duas partes, apontou Leão XIV. “Ninguém deve jamais ameaçar a existência do outro. É dever de todos os países apoiar a causa da paz, iniciando caminhos de reconciliação e promovendo soluções que garantam segurança e dignidade para todos”, defendeu.
O Papa referia-se ao conflito entre Israel e o Irão, falando de notícias que “suscitam muita preocupação” e mostram que a situação “deteriorou-se gravemente” num “momento tão delicado”.
Leão XIV retomou a realização da audiência jubilar, desafiando todos a construírem “pontes onde hoje há muros” e apelando a um mundo “livre da ameaça nuclear”.
“O compromisso de construir um mundo mais seguro e livre da ameaça nuclear deve ser alcançado através de um encontro respeitoso e de um diálogo sincero, para construir uma paz duradoura, baseada na justiça, na fraternidade e no bem comum”, afirmou o Papa.
Na madrugada de sexta-feira, Israel iniciou uma ofensiva militar contra o Irão, alegadamente contra instalações nucleares e matando altas patentes militares e cientistas nucleares, seguindo-se a retaliação iraniana com o lançamento de mísseis contra o território israelita. Desde então seguiram-se vagas de ataques israelitas e retaliações iranianas, com mortos entre a população civil de parte a parte.
Construir pontes “onde hoje há muros”
As audiências jubilares agora retomadas por Leão XIV foram iniciadas pelo Papa Francisco no mês de janeiro, para abordar um aspeto da virtude teologal da esperança, tema do Ano Santo 2025.
O Papa Leão XIV apresentou uma reflexão sobre o tema “Esperar é ligar” e apelou à construção de pontes “onde hoje há muros”. “Em cada uma das nossas cidades, construamos pontes onde hoje há muros. Abramos as portas, liguemos os mundos e haverá esperança”, afirmou.
Na audiência jubilar, destinada aos vários grupos que, em Roma, realizam a sua peregrinação no Jubileu 2025, nomeadamente os participantes no Jubileu do Desporto, que decorre este sábado e domingo, o Papa lembrou Santo Ireneu de Lião, que nasceu na Ásia Menor e depois foi para a Europa e ajuda a “reconhecer a beleza e a pertinência” da esperança como ligação entre povos.
“Ainda hoje, as comunidades de migrantes são presenças que reavivam a fé nos países que as acolhem. O Evangelho vem de fora. Ireneu liga o Oriente e o Ocidente. Este é já um sinal de esperança, pois recorda-nos como os povos continuam a enriquecer-se mutuamente”, notou.
Leão XIV lembrou também que as “divisões doutrinais” e os “conflitos internos e as perseguições externas” que Ireneu encontrou nas comunidades cristãs, na Europa, não o desencorajaram, mas “aprendeu a pensar melhor” e a colocar a sua “atenção cada vez mais profundamente em Jesus”.
“Jesus não é um muro que separa, mas uma porta que une. Temos de permanecer n’Ele e distinguir a realidade das ideologias”, afirmou o Papa.
Jubileu do Desporto “animado pela esperança”
Na saudação aos grupos de língua inglesa, o Papa referiu-se aos participantes no Jubileu do Desporto, promovido pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, que é presidido pelo cardeal português D. José Tolentino Mendonça, como uma oportunidade para refletir “sobre a relação entre a atividade desportiva e a virtude da esperança”.
“O desporto é animado pela esperança, no sentido que envolve o esforço para atingir um objetivo, tentando constantemente melhorar o nosso desempenho e aprendendo a trabalhar com os outros, como uma equipa. Ao mesmo tempo, as nossas esperanças mais profundas desafiam-nos a fazer do mundo do desporto uma arena onde os valores autenticamente humanos e cristãos podem ser exercitados e comunicados aos outros para a construção de um mundo melhor”, disse Leão XIV.
Texto redigido por 7Margens/Agência Ecclesia, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.