A realização do conclave e a eleição de um novo Papa levaram Hugo Brancal, um médico veterinário de 49 anos, que reside na Covilhã, a tirar uns dias de férias e a rumar até ao Vaticano, juntamente com alguns dos seus amigos. Nos últimos dias, Hugo esteve presente na Praça de São Pedro, juntamente com muitos outros peregrinos e turistas de todo o mundo.
“Achei que seria um momento importante da história da nossa Igreja e que queria participar nele. Estar presente. Queria poder rezar [na Praça de São Pedro] pelos cardeais, assistir à missa que houve no início do conclave e, claro está, à apresentação do nosso novo Santo Padre”, explicou o médico a partir de Roma, em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA.
Hugo conta que no segundo dia do conclave, 8 de maio, as pessoas presentes na Praça de São Pedro “aumentaram significativamente” em relação ao primeiro dos dias, 7. Depois, na tarde do segundo dia, “aumentou” de novo o número de peregrinos, em comparação com aqueles que estiverem presentes naquela amanhã, e aumentou “também a agitação”, como se as pessoas “soubessem que seria naquela tarde”. Ali naquela praça existiam “muitas bandeiras e grupos de vários países”, destaca o veterinário.
“Impressionou-me ver as pessoas a rezar, umas sozinhas e outras em grupo. Quando saiu fumo branco, eu estava junto de umas freiras da ordem ‘Sementes do Verbo’ e de um frei capuchinho. Rezámos o terço juntos. Cada um na sua língua, mas pelo mesmo fim. Ver a Igreja nesta perspetiva e ver esta Igreja orante é muito emocionante”, conta Hugo.
Os momentos vividos entre a saída do fumo branco e a apresentação do novo Papa foram de grande emoção. “Estávamos muito expectantes. Quem viria após o Papa francisco? Quando vimos as cortinas abrir e o anúncio com a típica frase ‘Habemus Papam’ a praça estremeceu. A maioria das pessoas estava genuinamente emocionada. As lágrimas são difíceis de controlar, confesso. Tinha a meu lado um estudante de teologia em Roma que, mal ouviu o nome do cardeal, disse quem era e resumiu algumas coisas sobre ele, e explicou a importância do nome escolhido. Este privilégio ajudou-me muito a contextualizar a primeira intervenção do Santo Padre.”
Hugo ficou sensibilizado com o facto das primeiras palavras do Papa fazerem referência à paz. “Falar de paz, ‘uma paz desarmada e desarmante’, referir a importância de fazer pontes e, sobretudo, a certeza de que Deus nos ama a todos, fez com que o discurso tivesse um grande peso. Gostei.” A missa de início de pontificado do Papa Leão XIV está agendada para a manhã do dia 18 de maio, e terá lugar na Praça São Pedro.