Uma visão atenta aos temas que aparecem frequentemente nas notícias revela uma série de causas associadas a problemas locais, nacionais e internacionais, aos quais não podemos ficar indiferentes. Alguns desses assuntos dizem respeito a casos de discriminação, violência, racismo e xenofobia. Na base desta situação pode estar o acentuar das diferenças em detrimento do que é comum a todos os seres humanos. Em certas campanhas, como a da luta contra o racismo, diz-se “Todos diferentes, todos iguais” e com razão, claro que sim. Porém, e seguindo a lógica de Cristo, será ainda mais acertado dizer “Todos iguais, todos diferentes!”
Cristo não ficou indiferente perante tantas vítimas destes fenómenos. É em Jesus que encontramos formas e atitudes de combate a tantas ‘doenças’ que ainda afetam milhões de pessoas pelo mundo fora. Quando uma pessoa se aproximava de Cristo, a primeira coisa que Ele notava nela eram os elementos comuns ou iguais a si mesmo, e não as diferenças. Como tal, ‘descascava’ cada uma das diferenças – a idade, sexo, religião, nacionalidade, títulos e outros fatores que normalmente identificam as pessoas, incluindo tantos preconceitos – para chegar ao que era comum entre Ele e a pessoa em questão: o coração! Podemos chamar a esta prática o ‘Método de descascar cebolas’.
São muitos mais os elementos que nos unem enquanto seres humanos. Afinal, todas as pessoas procuram a felicidade, pessoal, familiar e comunitária. Cristo era alguém que se identificava com todas as pessoas que O encontravam, procuravam e esperavam d´Ele uma solução ou resposta aos seus problemas. O amor de Cristo sempre foi inclusivo, ao contrário do nosso, que nem sempre o é, tal como acontece entre nações, culturas, religiões, partidos políticos e outras formas de associação civil. A paz, elemento fundamental para que a vida, a convivência, o respeito e a solidariedade sejam possíveis, deve iluminar o coração da humanidade, começando pelo nosso.