Pedro Louro, missionário da Consolata português em Roma

Quem visitou Roma pode ter aproveitado para visitar catacumbas e cemitérios subterrâneos. Durante os primeiros decénios do cristianismo, os cristãos sepultavam os seus entes queridos em cemitérios públicos, colocando os corpos em túmulos escavados na terra, sarcófagos, mausoléus ou em grutas escavadas na pedra. As perseguições levaram os fiéis a escolher espaços diversos por questões de dignidade, segurança e fé na ressurreição, pelo que evitavam a cremar os corpos.

As cerca de 40 catacumbas que se conhecem em Roma foram, na quase totalidade, cemitérios de hebreus ou cristãos. Com o tempo começaram a multiplicar-se ao redor da Roma imperial, por vezes usando antigas escavações de extração de pedra e saibro, onde foram sepultados os mártires e primeiros Papas. A devoção aos mártires levou a que muitos desejassem ser sepultados próximos deles, criando complexos com dezenas de quilómetros de túneis e atingindo mais de 30 metros de profundidade. Fé na ressurreição e memória do testemunho de vida são motivações pelas quais recordamos os defuntos, e cuidamos dos lugares onde repousam os seus corpos.