Jornadas Missionárias têm como propósito ajudar os participantes a crescer na missão | Foto; DR

Gostaríamos que as Jornadas Missionárias tivessem um cunho pastoral e experiencial, e, por isso, procuraremos partilhar experiências de novas dinâmicas pastorais que contribuíram para dinamizar comunidades e que nos possam inspirar. No caminho sinodal que a Igreja está a fazer, este é o nosso contributo para apresentar um pouco do que é feito em Portugal, que possa ajudar-nos a crescer na missão. Sabendo que a Igreja portuguesa tem uma tradição missionária louvável que tem vindo a perder ‘gás’, o que se pretende com as jornadas e o processo sinodal é uma verdadeira ‘conversão missionária’.

Na mensagem para o Dia Mundial das Missões, o Papa diz que “a conversão missionária permanece o principal objetivo que nos devemos propor como indivíduos e como comunidade”. Esta ideia-força de uma conversão missionária, cujo objetivo é fazer evoluir a consciência da comunidade eclesial, terá de ter em conta as práticas pastorais. O ideal seria começar um processo de reflexão que nos levasse à elaboração de um plano pastoral nacional que iluminasse o trabalho pastoral e nos ajudasse a sintonizar com os desafios pontifícios de criar uma Igreja em saída.

Do ponto de vista das Obras Missionárias Pontifícias (OMP), há passos a dar no sentido da cooperação. Os sinais que poderiam levar-nos nessa direção são a criação de centros missionários diocesanos. Cada diocese deveria nomear um diretor diocesano das missões. Que isso não aconteça parece dizer que a questão missionária, efetivamente, não interessa. Todos os anos, as OMP, em colaboração com os institutos missionários, preparam algum material para ajudar na sensibilização das pessoas e das comunidades, como o Guião Missionário e o cartaz para o Dia Mundial das Missões. É um esforço que tem sido, em parte, desperdiçado, porque se nota cada vez menos interesse em distribuir este material. Uma das consequências é que o peditório consignado do Dia Mundial das Missões, destinado ao fundo de solidariedade com que o Papa ajuda as jovens Igrejas tem vindo a diminuir. Mas ainda mais preocupante é que haja dioceses que dele retenham indevidamente quase metade! Isto tem de mudar – e sem demora!

José Rebelo, Missionário Comboniano, diretor Nacional das OMP
Texto conjunto MissãoPress