Fortes e repentinas chuvas estão há meses a afetar mais de um milhão de pessoas no Sudão do Sul, de acordo com o mais recente balanço do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês). A catástrofe está a provocar a morte de pessoas e a destruição de campos, de milhares de casas, escolas e centros de saúde.

Este é o quarto ano consecutivo em que o país está a enfrentar cheias, com 40 por cento do território já debaixo de água. De acordo com o OCHA, as “inundações e fortes chuvas continuam a afetar as pessoas em todo o país, incluindo Jonglei, Lagos, Bahr al-Ghazal do Norte, Bahr al-Ghazal Ocidental, Unidade, Alto Nilo, Warab e Equatorial Ocidental”. A insegurança alimentar, devido às catástrofes naturais, juntamente com conflitos, efeitos da pandemia da covid-19 e subida de preços de alimentos e combustíveis levaram as pessoas a deixar as suas casas.

Esta semana, a Organização das Nações Unidas (ONU) tinha já comunicado que os níveis de grave insegurança alimentar no Sudão do Sul se encontram em valores recorde, ultrapassando os números registados durante o conflito, uma situação que foi agravada pelas catástrofes naturais. Em comunicado, as Nações Unidas referem que cerca de 7,8 milhões de pessoas podem vir a encontrar-se numa situação de grave insegurança alimentar entre os próximos meses de abril e julho de 2023, incluindo 1,4 milhões de crianças desnutridas.