Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa
Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa

Eugénio Fonseca é o convidado do ‘Fátima no seculo XXI’ de fevereiro, um podcast mensal, promovido pelo Santuário de Fátima, que desta vez dá voz ao rosto da Cáritas, ao longo de mais de duas décadas. Eugénio Fonseca é também professor, e licenciado em Ciências Religiosas.

O responsável destaca que do “altar do mundo”, que é o Santuário de Fátima, “têm emanado grandes apelos para que na pastoral das comunidades, aonde regressam os peregrinos depois de estarem em Fátima, possam ser desenvolvidos gestos concretos”. “Sou testemunha, enquanto presidente da Cáritas, das ajudas e das causas que o Santuário abraçou como suas, seja dentro seja fora do país. E, por nós, imagino o que é a ação de bem fazer do Santuário”, refere o ex-presidente do organismo humanitário da Igreja Católica.

Eugénio Fonseca destaca que o templo da Cova da Iria tem tido capacidade para ser “lugar de encontro de várias religiões”. “A seguir a esta pandemia estou certo de que a necessidade deste diálogo vai ser ainda mais premente. Creio que as religiões vão ter um papel fundamental na nova ordem mundial, no diálogo entre países e nações”, realça o responsável, destacando “um papel-chave” que o templo mariano poderá vir a assumir.

Para o ex-presidente da Cáritas, o Santuário de Fátima “tem um grande desafio pela frente: ser esperança no tempo presente e ter a capacidade, através da narrativa que brota dos diferentes altares de Fátima, de afirmar a presença de um Deus que nos ama e que nos há de salvar”. O responsável destaca que a Igreja Católica é chamada a “falar da amizade social que nos incita a um comportamento: sermos vizinhos uns dos outros”. “O individualismo para o qual fomos levados por um sistema económico que valoriza o ter, com menosprezo do ser, pode ser combatido por esta proximidade, por esta vizinhança”, referiu.

Perante o atual cenário de pobreza, agravado pela pandemia, Eugénio Fonseca sublinha que “o pobre não é pobre porque quer”. “Precisamos de parar de dizer que a pobreza é uma fatalidade. Muitas vezes estigmatizamos o pobre quando deveríamos estigmatizar a pobreza. Amar o pobre para que ele compreenda que somos irmãos, porque somos filhos do mesmo Pai, não é uma tarefa fácil, mas tem de ser uma prioridade da Igreja”, destaca o responsável. O podcast protagonizado por Eugénio da Fonseca pode ser escutado, na íntegra, no website do Santuário de Fátima ou através do soundcloud, itunes ou spotify.