Não são muitos os que acreditam que a embarcação que partiu no último domingo, 1 de junho, do sul de Itália com destino a Gaza consiga lá chegar. Mas é sobretudo a carga simbólica que conta: ousar enfrentar o bloqueio militar de Israel e chamar a atenção da opinião pública para o genocídio que os militares israelitas ali estão a fazer. A ativista Greta Thunberg é uma das participantes.
Greta, que os media parece terem esquecido, mas que continua com a sua luta de sensibilização para os riscos do planeta, vai acompanhada de 11 pessoas, entre as quais uma deputada do Parlamento Europeu, de origem palestiniana, no veleiro Madleen, que fará o trajeto do porto de Catânia, na Sicília, até à costa da Faixa de Gaza, com duração prevista de uma semana.
Num momento em que alguns sinais começam a surgir denunciadores de uma maior preocupação pela matança de pessoas e destruição do que resta de equipamentos, inclusive de saúde, esta iniciativa, mais do que a ajuda alimentar que transporta, quer aumentar “a consciência internacional”.
Num discurso feito na altura da partida, citada pela Associated Press, a ativista confessou:
“Estamos a fazer isto porque, independentemente das probabilidades que enfrentamos, temos que continuar a tentar”.
“Porque – acrescentou – no momento em que pararmos de tentar é quando perderemos a nossa humanidade. Os perigos desta missão não são nada em face do silêncio do mundo inteiro diante do genocídio transmitido ao vivo”.
Israel rejeitou veementemente as alegações de genocídio, considerando-as uma “calunia antissemita”.
A questão da segurança da viagem e dos 12 ativistas preocupa as organizações que apoiam esta expedição. No início de maio último, uma primeira tentativa de chegar a Gaza por mar, na qual, de resto, esteve prevista a participação de Thunberg, foi violentamente interrompida por um ataque de drones em águas internacionais, que danificaram a embarcação em que seguiam, o Conscience.
Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.
