O Projeto Reconstruir junta voluntários e refugiados na reabiltação de uma antiga carpintaria , em Tadim, Braga, que se tornará lar para quatro famílias Foto: Direitos reservados

Os Hasan Shlash vieram da Síria, os Ilick da República Democrática dos Camarões, os Maranatha da República Democrática do Congo e os Pumbulu também. Quatro famílias refugiadas que chegaram a Portugal com a roupa que traziam no corpo e um sonho em comum: reconstruir as suas vidas longe de guerras e perseguições. E “Reconstruir” é precisamente o nome do Projeto que está a ajudá-las a cumprir esse sonho, em Braga. Mas são necessários voluntários, e as inscrições estão abertas.

Trata-se de uma iniciativa da Associação Humanitária Domus e da MEERU | Abrir Caminho, que proporcionou a estas famílias a possibilidade de transformar uma antiga carpintaria da vila de Tadim, com 540m2, nos seus futuros lares. Conscientes de que os rendimentos destas famílias eram insuficientes para comprar ou arrendar uma casa através dos métodos tradicionais, e de que “os senhorios estão cada vez menos dispostos a arrendar a famílias migrantes e refugiadas ou com baixos rendimentos”, as duas ONG chegaram a este modelo, em que as famílias participam na construção da sua casa como voluntárias, adquirindo-a a um preço reduzido, através de um plano prestacional ajustado aos seus rendimentos e sem juros.

O preço reduzido deve-se também ao facto de a obra de reabilitação contar com materiais doados e com a mobilização de voluntários, que podem inscrever-se a nível individual, juntamente com um grupo de amigos, ou então com colegas de trabalho – porque um dia na obra pode funcionar também como ação de teambuilding.

E para colaborar não é necessário ter experiência em construção civil, “apenas entusiasmo e vontade de ajudar”, explicam os dinamizadores do Projeto Reconstruir. Há várias datas disponíveis para que os voluntários possam juntar-se a estas famílias, a começar já esta terça-feira, 4 de fevereiro, e a terminar a 29 de abril. É possível fazer a inscrição em mais do que um dia, bastando para isso preencher o formulário online.

A jornada na obra inicia às 9h, com uma breve reunião de preparação, e termina pelas 17h30. É facultado o equipamento de proteção e cada equipa de voluntários é sempre acompanhada por uma pessoa responsável pela obra.

“Se tens vontade de contribuir com o teu tempo, aprender novas competências e fazer parte de uma comunidade solidária, aqui tens uma boa oportunidade”, desafiam a Associação Humanitária Domus e a MEERU | Abrir Caminho. Uma oportunidade de ajudar a tornar real o sonho destas quatro famílias refugiadas em Portugal.

Texto redigido por Clara Raimundo/jornal 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.