Durante este ato de destruição, os principais alvos foram colheitas e bermas de irrigação. Foto reproduzidaa a partir da conta de X @BahaiBIC

Diversos terrenos agrícolas cujos proprietários são bahá’ís, localizados na aldeia de Ahmadabad, na província iraniana de Mazandaran, perto da fronteira com o Turquemenistão, foram recentemente destruídos por agentes mandatados pelo Governo daquele país. Este é mais um ato de repressão que o executivo iraniano leva a cabo contra a minoria religiosa bahá’í, alerta a Comunidade Internacional Bahá’í (BIC, na sigla inglesa).

“Este último ataque contra os bahá’ís no Irão é mais uma crueldade, uma forma de apartheid económico e um novo esforço de limpeza religiosa, concebido para expulsar os bahá’ís das suas próprias terras agrícolas”, referiu Simin Fahandej, representante da BIC nas Nações Unidas em Genebra. “O Governo iraniano está a tentar tornar o Irão inabitável para os bahá’ís”, afirmou.

Durante este ato de destruição, os principais alvos foram colheitas e bermas de irrigação. Em vídeos e fotografias online, é possível ver uma escavadora a deslocar-se para trás e para a frente sobre as plantações de arroz, destruindo-as, e depois dirigindo-se para o rio, onde destruiu o canal de água para os campos cultivados. Em pano de fundo, observam-se funcionários com uniforme militar. Vislumbram-se ainda dezenas de aldeões – que parecem suplicar aos funcionários que parem o seu trabalho destrutivo.

“Ao longo de quase cinco décadas, o Governo iraniano destruiu casas bahá’ís, confiscou terras bahá’ís e tentou privar os bahá’ís do seu direito a ganhar a vida. Conduzir uma escavadora sobre os campos de agricultores inocentes é uma afronta aos bahá’ís, a todos os cidadãos iranianos que trabalham arduamente e à própria pretensão do governo de cuidar do seu povo”, afirmou Fahandej. “Os campos de arroz devem ser devolvidos aos bahá’ís e as autoridades devem pagar uma indemnização por este ato bárbaro”, acrescentou.

As autoridades iranianas já tinham vedado as terras de Ahmadabad em janeiro deste ano, numa operação ilegal anteriormente denunciada pela Comunidade Internacional Bahá’í. Um dia antes do último incidente, quando os habitantes locais se aperceberam da presença da escavadora e questionaram por que razão tinha sido levada para a aldeia, foram informados pelos funcionários de que se destinava a trabalhos de construção que seriam efetuados na zona. Por conseguinte, os bahá’ís locais não deram seguimento ao assunto. Em abril deste ano, a Human Rights Watch considerou a perseguição sistemática das autoridades iranianas face aos bahá’ís ao longo dos últimos 45 anos um crime contra a humanidade, conforme noticiou o 7 Margens.

Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.