Em apenas um ano, o número de casos de pessoas com fome aguda subiu de 51 para 82 milhões no Chifre de África, alertou Michael Dunford, diretor do Programa Mundial de Alimentação (PMA) para aquela região africana, em declarações aos serviços de comunicação das Nações Unidas. O responsável afirma que aquela população “não contribui para as mudanças climáticas nem produz gases de efeito estufa, mas está na linha de frente do impacto direto e dos choques” de catástrofes naturais.

Michael Dunford refere que o cenário na região da África Oriental, e, de forma particular, no Chifre de África, nunca foi tão grave. No último ano, verificou-se um aumento de 60 por cento das vítimas de insegurança alimentar, devido a fatores como os conflitos na região, efeitos da medidas de contenção da covid-19 e aumento dos preços dos alimentos.

Ao mesmo tempo, quatro anos de secas consecutivas afetaram milhões de pessoas em países como o Quénia e a Etiópia. Até o final deste ano, ou início do próximo, deverá ser feita uma declaração de fome na Somália. Os profissionais do Programa Mundial de Alimentação receiam com a falta de chuva e o prosseguimento da seca, com consequências que se podem estender aos países vizinhos.