Foto: EPA / Ahmad Yusni

Os líderes das várias comunidades religiosos em Myanmar manifestam-se dispostos a continuar com o Fórum Consultivo sobre Paz e Reconciliação, como “um espaço aberto ao diálogo, quando as condições forem aceitáveis, para que as parte possam reunir-se”, segundo um comunicado da organização Religiões pela Paz.

Numa altura em que o país vive um momento de protestos nas ruas e episódios de repressão, com mais de 600 detenções de manifestantes, os líderes religiosos lançam um apelo à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), enquanto organismo regional comprometido com a paz, a estabilidade e a prosperidade, “para que ofereça urgentemente os seus serviços a Myanmar como Estado-membro”.

“Com profunda angústia, a Religiões pela Paz Myanmar e a Religiões pela Paz Internacional, em nome de todas as suas entidades regionais e nacionais, imploram a todas as partes interessadas que atenuem a triste reviravolta dos acontecimentos nas ruas de Myanmar. Já se derramou demasiado sangue este mês”, refere o documento, citado pela agência Fides.

Segundo os líderes religiosos, o país vinha progredindo na paz e na democracia na última década, mas os últimos acontecimentos, com a impugnação dos resultados eleitorais e tomada do poder pelos militares, “fragmentaram a nação”. “Os pobres deste país, que já enfrentam múltiplos desafios como a pandemia, a perda de meios de subsistência e a insegurança alimentar, precisam da paz com urgência para sobreviver”, sublinham.