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“A pandemia teve um impacto enorme junto dos migrantes, não apenas do ponto de vista da saúde porque muitas vezes os migrantes vivem em ambientes, em casas, em zonas do país extremamente povoadas, mas também do ponto de vista da sua mobilidade. Temos cerca de três milhões de imigrantes bloqueados em virtude do fecho das fronteiras e das restrições impostas à movimentação e aos processos de confinamento”, alerta o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Em declarações à ONU News, António Vitorino apela a que, com o início da campanha de vacinação em dezenas de países desenvolvidos e que concentram a maior parte dos migrantes internacionais, os migrantes sejam inseridos nos planos de ações de imunização, pois todos precisam estar seguros do novo coronavírus. E enaltece os casos de Portugal, Alemanha, Chade ou Equador, que já incluíram os migrantes nos planos nacionais de vacinação.

“Temos vários exemplos de países que já adotaram medidas no sentido de incluir os imigrantes, independentemente de seu estatuto legal, na cobertura de saúde inclusivamente nos planos de vacinação. É o caso do Texas, nos Estados Unidos da América, de Portugal, do Chade, da Alemanha ou do Equador. Em vários países do mundo, essas decisões já foram tomadas. Mas nós reconhecemos também que ainda há países que não se compenetraram da importância que têm em incluir os imigrantes na proteção de saúde e na vacinação”, sublinha o líder da OIM.

O mundo tem atualmente 281 milhões de pessoas que vivem ou trabalham fora de seus países de origem e são reconhecidas como migrantes. Muitas pessoas em situação migratória irregular têm receio de procurar os serviços de saúde para a vacinação e serem detidas ou deportadas, pelo que António Vitorino pede aos governos que tomem medidas para evitar esta situação. “O que é necessário é criar esta relação de confiança mútua com os imigrantes e adotar os mecanismos necessários que tornam claro que a vacinação e o acesso aos cuidados de saúde não serão usados para aplicação de leis de imigração”, refere.