Foto: EPA / Joedson Alves

O Presidente do Brasil é acusado de ter boicotado medidas de saúde pública para travar a propagação do novo coronavírus, de ter enfraquecido a política ambiental e não ter conseguido conter a alta taxa de assassínios cometidos no país, no mais recente relatório anual da organização de defesa de direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

Segundo o documento, Jair Bolsonaro considerou a Covid-19 como “uma pequena gripe”, recusou-se a tomar medidas para se proteger e às pessoas ao seu redor, disseminou informações enganosas e tentou bloquear regras de distanciamento social impostas por estados e municípios brasileiros.

A organização também aponta falhas no atendimento adequado aos indígenas nesta fase pandémica (apesar de ter sido obrigado a fazer um plano nesse sentido pela justiça) e critica o Chefe de Estado por ter enfraquecido a aplicação das leis ambientais, facilitando a ação das redes criminosas que se engajam no desflorestamento ilegal na Amazónia e usam a intimidação e a violência contra os defensores da floresta.

“Bolsonaro acusou os indígenas e organizações não governamentais (ONG), sem qualquer prova, de serem os responsáveis pela destruição da floresta (…) Em abril de 2020, após uma operação contra a mineração ilegal bem-sucedida, o governo removeu os três principais agentes de fiscalização da principal agência ambiental do país”, refere a HRW.

Outro ponto crítico sobre direitos humanos no país, citado pelo relatório, diz respeito ao constante assédio de Bolsonaro contra jornalistas e meios de comunicação social que criticam o seu governo. Desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2019, o Presidente, seus aliados políticos e funcionários do governo atacaram jornalistas mais de 400 vezes, denuncia a organização.

A HRW realça ainda que não é a única organização a criticar o governo brasileiro, ao recordar que “o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos já havia expressado preocupação com os ataques contra defensores dos direitos humanos e a minimização da Covid-19 por líderes políticos”.