Novembro é caracterizado, tanto no plano civil como no religioso, pela recordação dos que já partiram, algo que nos convida a pensar que a vida é única, irrepetível e, como tal, o que ela contém e nos oferece é também, na sua maioria, único e irrepetível. Recordar o passado faz-nos compreender que somos finitos, ou seja, que somos uma história que tem um início, um meio e um fim; mais ainda, que somos uma história que faz parte de outras histórias, constituídas por três elementos essenciais: pessoas, experiências e etapas. E a maior parte delas são únicas também.
Lembrar quem já partiu é, por um lado, agradecer por quem nos ajudou a ser quem e como somos, mantendo-os vivos na memória, no amor e na saudade. Por outro lado, recordar o passado é importante, incluindo o que foi menos bom, porque nos ajuda a avaliar o modo como estamos a viver o presente da vida, o qual nos oferece oportunidades únicas.
Apesar de sermos limitados e imperfeitos, somos bons por natureza, porque fomos criados por Deus, que é bondade e amor; cabe depois a cada um saber crescer na partilha do que é e tem de melhor, aproveitando as tais oportunidades únicas que a vida oferece, pois tudo isto faz parte da nossa missão na família, na Igreja e no mundo.
A consciência de que nem sempre aproveitamos o que a vida e o tempo nos oferecem para melhorar esta peregrinação terrena, deve ajudar-nos a investir sempre mais as nossas qualidades, o nosso amor e a nossa fé no que vale realmente a pena, quer sejam pessoas (Deus incluído!), quer sejam as tais oportunidades que fazem da vida algo memorável e digno de ser vivido. Como tal, costumo avaliar a forma como uso o meu tempo e as oportunidades de criar relações humanas que me complementam, como resposta à graça e bondade de Deus para comigo.
Alguém disse um dia que a maior riqueza que o ser humano pode ter é a paz interior, que brota de relações de amizade positivas e construtivas. Isto pode e deve ajudar-nos a investir no que somos, usando o que temos para criar um mundo melhor, que começa dentro de nós e na partilha e empatia para com quem precisa de Deus, porque precisa de nós.








