A Peregrinação Nacional do Migrante e do Refugiado voltou a juntar milhares de peregrinos no recinto do Santuário de Fátima na manhã desta quarta-feira, 13 de agosto. A presidir às celebrações está Joan-Enric Vives, arcebispo emérito de Urgel (Espanha), que recordou todos os migrantes que vivem os seus dias em suspensão. “Neste Ano Jubilar, a Igreja chama-nos a redescobrir o rosto de um Deus que abre portas, não as fecha. O Jubileu é um tempo de graça, de reconciliação, de libertação e de consolação. E se há alguém que precisa desta esperança viva hoje, são os nossos irmãos e irmãs, migrantes e refugiados, homens e mulheres marcados pela incerteza e pela espera”, disse o arcebispo espanhol, que apelou ao acolhimento dos migrantes, depois de já o ter feito na celebração da Palavra na noite de 12 de maio.
“Neste Ano Jubilar abrem-se as Portas Santas da reconciliação e, melhor ainda, abrem-se as portas dos nossos corações, as portas das nossas comunidades e as portas dos nossos países. Acolher migrantes não é apenas uma obra de caridade; é uma opção evangélica e jubilar. Porque cada vez que acolhemos um irmão ou uma irmã migrante, estamos a acolher Cristo. E neste tempo de graça, a Igreja é chamada a ser mais maternal do que nunca, mais aberta, mais hospitaleira, mais parecida com Maria, que acolheu a Palavra de Deus e a ofereceu ao mundo”, referiu o arcebispo.
Esta peregrinação faz parte do programa da 53ª Semana Nacional das Migrações, que decorre com o tema “Migrantes, missionários da esperança”, título da mensagem do Papa Leão XIV para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, celebrado dias 4 e 5 de outubro. O presidente das celebrações fez questão de recordar as palavras do Sumo Pontífice dedicadas a esta efeméride.
“O Papa Leão XIV, na sua recente mensagem de julho para a Festa dos Migrantes e Refugiados, que acontecerá em outubro próximo, oferece-nos uma reflexão sobre a ligação entre esperança, migração e missão. Diz-nos que, o atual contexto global do mundo é tristemente marcado por guerras, violência, injustiças e fenómenos climáticos extremos, que obrigam milhões de pessoas a abandonar a sua terra natal em busca de refúgio noutros locais, como outros já fizeram antes, por motivos de melhoria no trabalho e de procura de uma vida justa para as suas famílias. Talvez muitos de vós que vêm a Fátima para viver o Aniversário da Peregrinação Internacional tenham vivido ou estejam a viver uma situação semelhante, todos eles com a esperança de um futuro de dignidade e paz”, referiu o arcebispo espanhol, que afirmou que “num mundo obscurecido por guerras e injustiças, mesmo onde tudo parece perdido, os migrantes e os refugiados são mensageiros de esperança”.
O presidente das celebrações pediu aos peregrinos uma sociedade onde as pessoas não se sintam estrangeiras. “Neste Ano Jubilar, peçamos a Nossa Senhora de Fátima que encoraje aqueles que viajam para longe da sua terra natal, console aqueles que aguardam documentação ou respostas, e sejam acolhidos; que ela mova os nossos corações para a solidariedade; sustenha as nossas famílias; cure os nossos doentes; e que nos ensine a construir um mundo onde ninguém se sinta estrangeiro.”








