Um dos valores que São José Allamano incutiu no coração e na formação dos seus missionários e missionárias foi a procura da perfeição. Allamano sabia que só Deus é perfeito, mas ao insistir na perfeição mostrava como vivia intensamente a sua vocação de consagrado e discípulo de Jesus. Disse Cristo – “Sede, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celeste” (Mateus 5, 48). Mesmo não podendo alcançar um estado total de perfeição, podemos procurar imitar a perfeição divina.
Dizia São José Allamano: “Pouco interessa o número de missões ou de missionários que temos; o que interessa é que estes sejam perfeitos ou, pelo menos, que se esforcem constantemente por sê-lo”. Por outras palavras, a qualidade é mais importante do que a quantidade. Olhando para as últimas décadas, temos assistido a um decrescer no número de vocações para a vida sacerdotal, religiosa e missionária, ao contrário do que acontecia nos tempos de Allamano. Porém, mesmo com tantos sacerdotes e vocações na vida religiosa, Allamano não ficava contente somente com a quantidade de consagrados, pois nem todos correspondiam verdadeiramente à sua vocação.
Enquanto Igreja, não podemos ficar indiferentes a este fenómeno do decrescer das vocações consagradas, mas convém, mesmo assim, que haja uma preocupação com a qualidade de quem se consagra a Deus, bem como com a qualidade dos membros leigos das comunidades cristãs.
O convite de Cristo rumo à perfeição deve encontrar no seio das comunidades paroquiais e religiosas o acolhimento necessário para que crie raízes e dê frutos abundantes. Se os poucos “frutos” forem bons na prática dos valores do Evangelho, poderão atrair mais pessoas a Cristo. É precisamente neste contexto que a procura da perfeição se encaixa: um cristão não deve viver a sua fé de forma acomodada e apática, mas crescer diariamente no esforço de melhorar a sua conduta, conhecendo mais a Cristo através da oração, dos sacramentos e da partilha da sua experiência de fé com outros, por exemplo, para O amar sempre mais e, consequentemente, para O testemunhar sempre mais. Devemos, assim, investir na maior das capacidades com que Deus nos criou à sua imagem e semelhança: a de amar e ser amados.








