Os autores do atentado procuraram fazer um grande número de vítimas, pois “ao domingo toda a gente vai à missa e a igreja estava cheia”. Foto © Patriarcado Greco-Ortodoxo de Antioquia

Um atentado suicida perpetrado no passado domingo, 22 de junho, durante uma missa na Igreja Ortodoxa Grega de Santo Elias, em Damasco, capital da Síria, causou pelo menos 22 mortos e 63 feridos. O portal de notícias do Vaticano, que cita o governo sírio, afirma que se tratou de um ataque levado a cabo por terroristas do Estado Islâmico, detalhando que o autor do atentado “entrou na Igreja, disparou sobre as pessoas presentes antes de se detonar com um colete explosivo”.

O Patriarcado Greco-Ortodoxo de Antioquia e de todo o Oriente emitiu poucas horas depois uma declaração, condenando o ataque. “A mão traiçoeira do mal atacou esta noite, ceifando as nossas vidas e as vidas dos nossos entes queridos que hoje caíram como mártires durante a liturgia vespertina na Igreja de São Elias, em Dweila, Damasco”, pode ler-se no texto, citado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

“Enquanto continuamos a contar os mártires e feridos e a recolher os restos mortais e os corpos dos nossos entes queridos martirizados — cujo número exato ainda não foi determinado —, o Patriarcado Grego Ortodoxo de Antioquia e de todo o Oriente condena veementemente este aco hediondo e denuncia com a maior firmeza este crime horrível. O Patriarcado apela às autoridades para que assumam total responsabilidade pelo que ocorreu e continua a ocorrer em termos de violações da santidade das igrejas e para que garantam a protecão de todos os cidadãos”, continua o comunicado.

A Irmã Maria Lúcia Ferreira, religiosa portuguesa que vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, na Síria, sublinhou em declarações à Fundação AIS que os autores do atentado procuraram fazer um grande número de vítimas, pois, “ao domingo, toda a gente vai à missa e a igreja estava cheia”, referindo que poderiam estar no templo, no momento em que o alegado jihadista se fez explodir, “talvez umas 400 pessoas”.

Segundo a religiosa, que pertence à congregação das Monjas de Unidade de Antioquia, a notícia do atentado provocou uma onda de solidariedade com “muitas pessoas a acorrer aos hospitais para darem sangue”. Na mensagem enviada para a Fundação AIS, Maria Lúcia Ferreira, que é a única religiosa portuguesa a viver na Síria e que é mais conhecida como Irmã Myri, pediu as orações “aos irmãos do Ocidente”. “Venham em auxílio dos cristãos da Síria, um dos últimos bastiões da cristandade no Médio Oriente, que guardam as raízes do cristianismo”, apelou.

Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.