Professam diferentes religiões, pertencem a partidos políticos de direita e de esquerda, vêm das mais diversas áreas da sociedade civil, mas estarão juntos numa Sessão Pública esta sexta-feira, 19 de setembro, com o mesmo objetivo: “transmitir uma mensagem clara em solidariedade com a Palestina, contra o genocídio, e exigir ao Governo português que tome medidas eficazes para sancionar Israel”. A iniciativa está marcada para as 21 horas, no grande auditório do ISCTE, em Lisboa, e é aberta a todos aqueles que queiram participar.
O convite é lançado por Dima Mohammed, académica e ativista luso-palestiniana que é uma das promotoras desta Sessão Pública pela Palestina. Nela, está já confirmada a participação personalidades como a conselheira de Estado e escritora Lídia Jorge, o padre católico Peter Stilwell, a ativista Myriam Zaluar (em representação do coletivo Judeus pela Paz e Justiça), o antigo secretário de Estado do Governo PSD-CDS Bruno Maçães, a eurodeputada do PS Ana Catarina Mendes, a líder parlamentar do Livre Isabel Mendes Lopes, a ex-deputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias, o dirigente do PCP Pedro Guerreiro, e o deputado do PAN António Morgado.
“A situação na Palestina é insuportável, já várias instituições internacionais confirmaram que estamos perante um genocídio, tendo a mais recente sido a Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas… E engana-se quem pensar que Portugal não está solidário com a Palestina. A ideia desta sessão é enviar uma mensagem clara de que, aqui em Portugal, a solidariedade com o povo palestiniano é forte e vem de várias áreas da sociedade: da Igreja, das artes, da política…”, sublinha Dima Mohammed em declarações ao 7MARGENS.
Perante o agravar da crise humanitária naquela região, impõem-se ações concretas, defende a professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. “Temos um povo que luta pela libertação e pela autodeterminação e temos um poder ocupante, que todos os dias está a violar a lei internacional… E agora com a intensificação da ofensiva israelita contra a cidade de Gaza estamos diante de uma realidade horrível, perante a qual não podemos ficar calados. É preciso dizer que o genocídio tem de acabar e que os criminosos têm de ser responsabilizados pelos crimes que aconteceram”, acrescenta.
É também importante transmitir a mensagem de que “este não é um conflito religioso, nunca foi e nunca poderá ser visto assim”, defende Dima Mohammed, assumindo-se orgulhosa por contar com vozes de diferentes confissões religiosas no movimento de solidariedade com a Palestina, particularmente vozes judaicas. “O Estado de Israel está a tentar apagar a Palestina em nome dos judeus do mundo. E isso é uma ofensa à religião judaica e aos judeus… Porque o Estado de Israel reclama a exclusiva representação dos judeus e este é um ato de violência contra eles. Há muitos judeus que não se identificam com o sionismo e que estão a dizer a Israel: ‘não em nosso nome’”, assinala.
Desta Sessão Pública pela Palestina sairão ainda “exigências” para o Governo português, que vão além do já anunciado reconhecimento do Estado da Palestina. “É necessário mais para pôr fim ao genocídio, é preciso acabar com a cumplicidade com o Governo israelita, com a ocupação, com o apartheid. Vamos exigir ao Governo português que faça todo o possível para implementar medidas eficazes para sancionar Israel”, adianta Dima Mohammed. “Essa é a nossa responsabilidade ética e moral como cidadãos do mundo”, conclui.
Texto redigido por Clara Raimundo/jornal 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.








