Uma das frases mais conhecidas de São José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata, é a seguinte: “O bem deve ser bem feito e sem barulho. Santifiquemo-nos sem fazer barulho à nossa volta. O importante não é fazer muitas coisas, mas fazê-las bem.”
Recordo estas palavras desde os tempos de formação no seminário. Estas palavras desafiaram-me a centrar a minha atenção e vontade nos valores do Evangelho, incluindo a humildade. Recordo também um missionário que dizia que “o missionário deve anunciar Cristo e não a si mesmo”, algo que, confesso, por vezes é difícil de pôr em prática. Allamano dizia aos seus ‘filhos’ e ‘filhas’ que o centro da missão é Cristo e a pessoa do próximo, sobretudo quando falava dos povos e culturas que os seus missionários e missionárias encontravam no exercício da sua missão.
Um dos elementos mais importantes da humildade é o reconhecimento do valor e dignidade dos outros, com os quais sou chamado a partilhar o que sou e tenho de melhor, incluindo o dom da fé, porque o ser humano foi criado por amor e para o amor. A humildade ajuda-me a ver o próximo como igual, e não como diferente. Quando somos tentados a considerar as diferenças como o mais importante nas relações interpessoais, estamos a criar as condições necessárias para que a vaidade e o complexo de superioridade floresçam.
No contexto do mês de maio, somos recordados do exemplo de Maria de Nazaré, conhecida como “serva humilde” de Deus, que, com o seu ‘Sim’ transformado em serviço ao próximo, se tornou na primeira discípula e missionária de Jesus, mesmo antes de Ele nascer! Sim, o bem deve ser bem feito, sem vaidades nem egos inflamados, mas sempre na perspetiva do serviço e do considerar o próximo como meu irmão e irmã, tal como Jesus fazia com tantas pessoas no seu ministério, deixando-nos o mandamento novo do amor como prática da humildade – “Amai-vos uns aos outros”.