Visitam os mais vulneráveis e os doentes. Escutam e dão apoio emocional, material e financeiro. São um movimento católico de leigos conhecidos por quatro designações – Sociedade de São Vicente de Paulo, Conferências de São Vicente de Paulo, Conferências Vicentinas, ou, simplesmente, Vicentinos. O movimento está presente em diversos países, incluindo em vários pontos de Portugal. Na paróquia de Roriz, em Santo Tirso, os voluntários deste movimento trabalham para ajudar os mais frágeis há 94 anos.
Em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRA, Rosa Coelho, responsável de Conselho de Zona de Santo Tirso dos Vicentinos, explica que este movimento “não existe para dar coisas”. A sua principal missão é “a visita, o acompanhamento, a ajuda, o apoio e a integração”. Amélia Fernandes, voluntária Vicentina de 69 anos, foi de encontro às palavras da sua colega, para frisar que na ação do movimento “não se trata de dar dinheiro”, mas de algo de maior. “Visitamos pessoas que estão na cama o dia todo, sem ninguém. Para elas, isso vale muito”, sublinhou Amélia.
Além de doentes, estes voluntários visitam agregados familiares vulneráveis. “Visitamos famílias e é aí que por vezes vemos em que podemos ajudar”, disse Rosa, de 58 anos. Além da falta de recursos financeiros, os voluntários deste movimento deparam-se com a “dependência de álcool e jogos online”. Em casos de pessoas mais idosas, estes voluntários ajudam a “marcar consultas”, levam-nos a fazer análises, e a “tratar de documentos com entidades estatais”, de forma a tentar obter “uma ajuda para a renda e para a luz”, por exemplo.
Ucranianos, brasileiros e indianos que procuram em Portugal escapar à pobreza e à guerra estão entre um vasto grupo de pessoas apoiadas pelos Vicentinos, conforme explica Rosa. “Por vezes, pedem-nos alimentos e ajuda para pagar medicação. Há casos em que sabemos que, se não ajudarmos, eles não tomam os medicamentos. Ajudamos com a alimentação e a pagar as despesas do dia a dia. Temos um pequeno armazém onde as pessoas que trocam de móveis, eletrodomésticos e louças nos deixam os antigos, que depois doamos. Há pessoas que montaram a sua casa com bens doados. Partilhamos com quem precisa”, refere a voluntária.
Texto: Álvaro Pacheco e Juliana Batista