A primeira grande peregrinação do ano a Fátima inicia esta segunda-feira, 12 de maio, e prossegue até ao dia seguinte, 13. A presidir às cerimónias vai estar Jaime Spengler, arcebispo metropolita de Porto Alegre, no Brasil, que esteve recentemente no Vaticano, onde participou no conclave que elegeu o Papa Leão XIV, na última quinta-feira, 8 de maio.
Até aos primeiros dias de maio, estavam inscritos nos serviços do Santuário de Fátima, “131 grupos de peregrinos, a maior parte proveniente de países estrangeiros”. Segundo o templo mariano da Cova da Iria, “excluindo Portugal, são 32 as nacionalidades representadas, sendo os três maiores grupos, por agora, provenientes da Croácia, França e Índia”. Em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA, o Santuário de Fátima indicou que há também peregrinos da Alemanha, Brasil, Cabo Verde, China, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Ilhas Maurício, Ruanda, e Venezuela, entre outros. O número de pessoas que constituem os grupos varia entre as “cinco e as 250”.
Entre os 23 grupos portugueses registados até meados de abril, “16 inscreveram-se como peregrinos a pé”, sendo que “podem vir outros a pé, mas que não dão essa indicação”. Há grupos a pé oriundos de diversos pontos de Portugal como Vila Real, Braga, Sacavém, Vila Viçosa, Póvoa de Varzim, Beja, Lisboa e Porto.
Daniel Mendes, sacerdote e assistente nacional do Movimento da Mensagem de Fátima (MMF), disse à FÁTIMA MISSIONÁRIA que “ver homens e mulheres de todas as idades e condições sociais a tirar férias para peregrinar, para rezar com os pés, é um sinal claro de que a mensagem de Fátima continua viva e atual”. O padre Daniel explica que não se pode correr o risco de reduzir as peregrinações “a simples caminhadas”, e sublinha que “quem já fez o caminho até Fátima sabe que se trata de algo mais rico e profundo”, porque caminhar é mais do que um desafio físico: é também “uma verdadeira experiência humana, cultural e espiritual”, com os novos ‘Caminhos de Fátima’ a oferecerem itinerários mais seguros e que “encantam pela sua beleza natural”. “Acreditamos que a peregrinação é muito mais do que um percurso exterior: é um caminho interior, onde Deus se revela e transforma vidas”, disse o sacerdote.
Peregrinar.pt
Com o objetivo de dar um maior apoio aos peregrinos, foi recentemente lançado o site peregrinar.pt, através do qual os responsáveis por grupos de peregrinos podem registar a peregrinação. “Os grupos que preencherem o formulário com os horários da partida, os locais de pernoita e a previsão de chegada, estão a informar de imediato as autoridades – a GNR, a Proteção Civil, e as demais entidades de segurança e saúde de apoio ao peregrino na estrada – para que possam monitorizar e acompanhar os peregrinos”, explica o padre Daniel num vídeo publicado no site do MMF, acrescentando que através do canal de Telegram ‘Peregrinos digitais’ podem ser identificadas as dificuldades encontradas no caminho.
Amparo na chegada
À chegada ao Santuário de Fátima, os peregrinos encontram o serviço de lava-pés. “Em maio de 2024, foram acolhidos 606 peregrinos, cerca de 33 por cento mais do que em 2023”, indicou Maria José Eiró, presidente da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, um organismo que tem como missão servir os peregrinos que se deslocam à Cova da Iria, e que assegura o serviço do lava-pés. A responsável destaca que integrado no serviço de lava-pés, há desde 2023, “pelo menos um enfermeiro em permanência que realiza uma avaliação inicial de cada peregrino, identificando os peregrinos com lesões que necessitam de cuidados de enfermagem ou os peregrinos que podem ser atendidos por Servitas no lava-pés”.
Este apoio estende-se muito para além do cuidado físico. “Este serviço não se esgota na prestação de cuidados aos peregrinos. Procuramos que o peregrino encontre no Servita que o acolhe no lava-pés, o ouvinte sereno, calmo e humilde que, entre gestos eficazes e carinhosos o conforta, e acolhe à sua chegada, escutando com empatia os dramas da sua vida, as dores e alegrias do seu coração e todas as preces e intenções que levou consigo no seu peregrinar. Neste serviço procuramos, com o peregrino que se senta à nossa frente, aliviar não só a sua dor física como também ajudá-lo a encontrar a paz e espiritualidade única que se vive em Fátima”, explica Maria José Eiró, acrescentando que este serviço é “marcado pela generosidade e a candura de quem se dá e se oferece numa gratuidade enraizada no amor”.