Álvaro Pacheco | Diretor da Fátima Missionária

Dizia São José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata – “Esforcemo-nos por adquirir o espírito de oração, através do qual poderemos manter-nos em união com Deus em qualquer lugar: durante o trabalho, no vaivém do nosso dia a dia, elevando para Ele o nosso pensamento, multiplicando os nossos atos de amor, rezando jaculatórias… Fazendo assim, daremos conta do nosso trabalho e, ao mesmo tempo, rezaremos.”

Após ler estas palavras de São José Allamano penso de imediato que a nossa vida deve tornar-se oração, e a oração deve tornar-se vida. A oração tem um lugar central na vida da Igreja e na sua missão. Uma vez que todos e cada um dos cristãos é Igreja, a oração deve ser parte da vida, tal como o ar que se respira. Ou seja, ser cristão é ter uma relação com Cristo que vai crescendo, ao ponto de não se poder imaginar a vida sem Ele.

Há pessoas que dizem ter dificuldade em rezar, que rezam o que aprenderam, e que isso não as satisfaz, mas, pegando nas palavras de Allamano, compreendemos que a oração também é algo que se pode viver fora dos locais habituais. Costumo dizer que uma das ‘capelas que mais frequento’ é o meu carro, pois passo muitas horas na estrada e, como tal, aproveito as viagens para rezar.

Um dos hábitos que criei quando viajo foi o de rezar uma Avé Maria e um Glória, sempre que passo por uma ambulância, benzendo-me em seguida. Um dia, esperei 20 minutos por um autocarro em Coimbra. Nesse período, passaram dez ambulâncias em direção aos Hospitais da Universidade de Coimbra. Rezei dez Avé Marias e, assim, tinha uma dezena do terço completa. Rezar é também entrar em comunhão com o próximo, que pode ser alguém que não conhecemos, mas que nos é irmão ou irmã em Cristo. Se estivermos atentos, há imensas formas de rezar, porque Deus oferece imensas pessoas, experiências e situações nas quais Ele se revela. Basta estarmos vigilantes…

Texto: Álvaro Pacheco, missionário da Consolata