Dizia São José Allamano – “Querer ser santo não é nenhuma presunção; presunção é confiar apenas nas suas forças. Dizei pois: quero tornar-me santo, grande santo, depressa santo”. De facto, a santidade para Allamano era uma das condições essenciais para a missão, para se ser missionário, tanto que dizia aos seus jovens em formação que deveriam ser “primeiro santos e depois missionários”.
Recordemos três dos seus ensinamentos mais importantes sobre a forma de se alcançar a santidade: “o bem deve ser bem feito”, “devemos ser extraordinários no ordinário” e “o bem não faz barulho.” Seguindo esta linha de pensamento, certamente todos nós teremos pessoas na nossa vida que são ‘santas’, pessoas que fazem da sua vida um dom, um milagre para muitos, que são amigas de Deus partilhando connosco a sua amizade, a sua empatia, a sua disponibilidade e serviço, sobretudo nos momentos mais difíceis ou exigentes da nossa vida.
Pessoalmente, conheci e conheço imensos destes santos e santas, começando pelos meus pais, pessoas que acreditam em Deus porque acreditam e amam o ser humano, sabendo que a sua vida lhes foi dada para serem vida para tantos outros. Santidade não significa perfeição, porque só Deus é perfeito; porém, como fomos criados à Sua imagem e semelhança, tal significa que podemos e devemos crescer no caminho da santidade, aproximando–nos sempre mais da perfeição de Deus, através da bondade para com o próximo e a humildade em reconhecer que não somos mais do que ninguém, em saber que, como dizia alguém, “a nossa vida só tem valor quando damos valor à vida dos outros”. Por outras palavras, a santidade deve transformar-se gradualmente no nosso modo de estar na vida, pondo em prática os valores do Evangelho de Cristo, sendo testemunhas da Sua lógica, do Seu amor e da Sua bondade.
Texto: Álvaro Pacheco, missionário da Consolata