O Dia de São Valentim é assinalado esta sexta-feira, 14 de fevereiro. A data é uma ocasião para celebrar o amor, e para alertar para a violência no namoro. No entanto, a par da violência no namoro, verificam-se casos de violência nas escolas, em ambiente digital, violência contra menores e migrantes, no contexto de trabalho, e violência doméstica. Em junho do ano passado, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) indicava também que as queixas e denúncias sobre casos de violência contra os idosos estavam a aumentar.
Face a este cenário, a FÁTIMA MISSIONÁRIA entrou em contacto com a APAV, para perceber se a violência poderá estar a ser abordada de forma compartimentada. A resposta chegou através de Raquel Ribeiro, Gestora do Gabinete de Apoio à Vítima de Cascais, que explicou que a “necessidade de conceitualizar uma definição sobre violência mostrou-se de grande relevância perante as múltiplas formas que este fenómeno apresenta”.
A profissional explica que “é importante reconhecer as diversas ramificações que a violência assume, como os públicos a que é dirigida e os fenómenos relacionais que podem estar na base dessa violência”, uma vez que tal “permite compreender e direcionar intervenções mais especializadas para essas diferentes variantes de violência, dado que cada uma das diferentes formas exige abordagens específicas”.
Informação pode quebrar ciclo de violência
Raquel Ribeiro acredita que existe hoje um “aumento da consciencialização da comunidade para os diferentes tipos de violência”, sendo que “a sensibilização do tema pode potenciar o aumento de informação das vítimas quanto aos seus direitos e formas de romper com o ciclo da violência, levando a que muitas situações violentas, antes ocultas passem a ser do conhecimento público”.
A profissional defende que a “promoção da sensibilização e prevenção da violência junto da comunidade deve ser um contínuo da responsabilidade social, uma vez que esses diferentes conceitos, em conjunto, podem resultar em iniciativas que potencializem a redução do risco de situações violentas, através da identificação de fatores de risco, bem como no fortalecimento de fatores protetores que visem minimizar o impacto da violência”.
“Sensibilizar implica que a comunidade receba informações sobre formas de violência, direitos enquanto vítimas de crime, identificação de ferramentas de apoio e que possa promover uma ação esclarecida. O investimento no âmbito da prevenção deve sempre visar a alteração de comportamentos, baseado em conhecimento que promova a aquisição de novas competências frente ao problema. A presença destes dois conceitos na comunidade continua a ser uma medida eficaz no combate à violência”, aponta a especialista.