A figura central da Peregrinação da Consolata é José Allamano, fundador dos Missionários e Missionárias da Consoalata | Foto: DR

Num decreto publicado na manhã desta quinta-feira, 23 de maio, pelo Dicastério para as Causas dos Santos, surge o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do beato José Allamano (1851-1926), fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata. O milagre em causa diz respeito à recuperação do indígena Sorino, do povo yanomami, considerada inexplicável aos olhos da ciência.

“Em 1996, Sorino, com 40 anos de idade, foi atacado por uma onça, o que resultou em danos graves e à exposição de grande parte de seu cérebro”, explicam os serviços de comunicação da diocese de Roraima. Os médicos consideraram que as possibilidades de sobrevivência de Sorino eram “extremamente baixas”. Os missionários e as missionárias que acompanhavam o caso “pediram a intercessão do bem-aventurado José Allamano”. Sorino “recuperou-se completamente das suas graves feridas e pôde retornar à sua comunidade em Catrimani, na Terra Indígena Yanomami em Roraima, para levar uma vida normal”.

Nesta quinta-feira, deu-se também o reconhecimento de milagres atribuídos ao beato Carlo Acutis e ao servo de Deus Giovanni Merlini. É ainda reconhecido o martírio do servo de Deus Estanislau Kostka Streich e da serva de Deus Maria Maddalena Bódi. Foram também hoje reconhecidas as virtudes heroicas dos servos de Deus Guglielmo Gattiani, Ismaele Molinero Novillo e Enrico Medi.

O ‘caminho’ da canonização

O processo de canonização, pelo qual a Igreja Católica reconhece uma pessoa como santa, envolve várias etapas. O processo inicia com a investigação sobre a vida e as virtudes da pessoa. Se bispo concordar em abrir a causa, a pessoa recebe o título de “servo de Deus”. Após uma investigação inicial, o caso é enviado para o Vaticano, onde a Congregação para as Causas dos Santos analisa a documentação. Caso sejam reconhecidas as virtudes heroicas de uma pessoa, esta é proclamada “venerável” pelo Papa.

Para que uma pessoa venerável seja beatificada, é geralmente necessário um milagre atribuído à sua intercessão, ocorrido depois do seu falecimento. Se o milagre for reconhecido, o Papa pode proclamar a pessoa “beata”. Para a canonização, é geralmente necessário um segundo milagre atribuído à intercessão do beato, ocorrido depois da sua beatificação. Após a confirmação deste segundo milagre, o Papa pode proclamar a pessoa como “santa”. A canonização declara o novo santo como modelo de santidade para todos os católicos. O Papa convocou já um consistório (reunião de cardeais) sobre canonização dos 11 mártires de Damasco e dos beatos José Allamano, Marie-Léonie Paradis, Elena Guerra e Carlo Acutis.