Igreja Cristã Ortodoxa Arménia em Lviv, com estátua de cristo do século XV. A estátua, uma das mais antigas, foi retirada para ser guardada. Técnicos polacos que vieram ajudar a retirá-la. A igreja é do século XVII que fazia parte do bairro arménio de Lviv | 4 de Março de 2022

Pelo menos 630 igrejas, espaços de culto e outras instalações religiosas foram parcial ou totalmente destruídas na Ucrânia, em resultado da invasão e ataques das tropas russas, segundo um relatório que o ILR – Instituto para a Liberdade Religiosa (da Ucrânia) acaba de divulgar.

O documento, intitulado “O impacto da invasão russa nas comunidades religiosas na Ucrânia”, compreende também os resultados da monitorização desenvolvida pelo ILR entre as comunidades religiosas dos territórios ucranianos sob ocupação russa, onde se concentram o grosso dos danos, bem como mais de dezena e meia de entrevistas com responsáveis religiosos.

Na maioria dos casos, os edifícios religiosos foram danificados por mísseis, drones kamikaze e artilharia dos russos, incluindo ataques dirigidos a alvos civis. Para além disso, refere o relatório, “alguns locais de culto foram deliberadamente saqueados pelos militares russos, encerrados ou convertidos pelas autoridades de ocupação em edifícios administrativos”. Registaram-se ainda numerosos casos documentados pelo Instituto para a Liberdade Religiosa em que os locais de culto foram tomados pelas tropas invasoras, para os utilizar como “bases militares ou como cobertura para as suas posições de tiro”, o que terá contribuído para o aumento da destruição.

O IRL faz remontar esta política destruidora a fevereiro de 2014, com a ocupação dos territórios da Crimeia e do Donbass.  Já nessa ocasião, diz o relatório, as tropas russas e os separatistas apoiados pela Rússia “visaram os líderes religiosos e os crentes individuais da maioria das confissões, com exceção das paróquias ortodoxas filiadas no Patriarcado de Moscovo”.  Nessa ocasião, representantes de minorias religiosas “foram arbitrariamente detidos, ameaçados, espancados, presos ilegalmente, torturados e alguns foram deliberadamente mortos”.

Com a invasão em larga escala da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, acrescenta o estudo do IRL, “tornou-se evidente o desejo do presidente Vladimir Putin de conquistar completamente a Ucrânia e destruir o Estado ucraniano, a identidade nacional, a cultura, a história, a língua e o pluralismo religioso”. O Relatório completo dos danos e destruição de edifícios religiosos pode ser consultado aqui.

Texto redigido por 7Margens, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.