Alexandra Duarte, Consultora em Relações Internacionais e Presidente da Assembleia Geral da  Associação Crescerbem, do Hospital Dona Estefânia

Com a chegada de maio, Maria entra especialmente no nosso coração, já que este é o mês consagrado à Mãe de todas as mães. A Sagrada Família é o exemplo máximo da importância da família na vida de uma criança, que com o tempo se tornará adulto e contribuirá para toda uma comunidade. Os tempos de hoje não são os mesmos em que Jesus viveu com Maria e José, mas subtraindo toda a espuma progressista dos séculos que passaram, e às vezes até com retrocessos repressivos, o amor de mãe é intemporal e imune ao tempo. Não há uma prevalência do amor de mãe sobre o amor de pai. Os dois complementam-se na alegria e na dor, na disciplina e no carinho, na brincadeira e no exemplo.

Como mãe de três rapazes e com a experiência de duas décadas de maternidade, há uma mão-cheia de palavras-chave que descrevem o que sinto sobre a maior e melhor responsabilidade desta vida: a delicadeza, o afeto, o respeito, a verdade e a aceitação. A delicadeza pode parecer de somenos quando se fala de educação e de filhos, todavia é algo de que não abdico no tratamento diário entre nós. Ao sermos delicados com os nossos filhos demonstramos como gostamos de ser tratados e como as relações se tornam mais agradáveis, mesmo em momentos mais tensos. O afeto é o beijo na testa sempre que a cabeça de um filho se encosta no nosso ombro, o abraço quando os deixo na escola, uma mão que procura a outra sem nenhum pretexto, ou, simplesmente, verbalizar o tamanho do nosso amor, ainda que as palavras fiquem muito aquém do nosso sentimento. Quem não gosta de ouvir que é amado?

Sem respeito, não há educação. Assim como não há melhor forma de ensinar a importância do respeito, do que o demonstrar nos nossos relacionamentos, seja com os filhos, com o pai, e com todas as outras pessoas que nos rodeiam e fazem parte dos nossos dias. A verdade, porque Cristo nos ensinou a educar na verdade. Talvez a mais exigente para as mães, para mim é de certeza, é a aceitação. Aceitar as vontades dos que amamos, ainda que não sejam as que planeámos para eles. Aceitar a separação quando o momento chega. Não me refiro a separações amargas, contundentes e indesejáveis, mas sim a entregar o filho a outro amor, confiar na distância quando assim tem que ser, aceitar e confiar no amor de Deus para cuidar dos nossos tesouros. Ser mãe é amar acima de tudo, até de nós próprias, como Maria amou Jesus.