Missionários e missionárias da Consolata vivem a missão ad gentes em quatro continentes – Europa, África, América e Ásia | Foto: DR

José Allamano deixa-nos um grande desafio. Mostra-nos que cada um de nós é a missão e que todos os cristãos são enviados a levar o Evangelho, com alegria, ao mundo inteiro. Essa alegria é importante, especialmente no mundo de hoje, porque faz tanta falta, e porque viver com alegria é, já por si, um grande desafio que nos anima.

Superar as adversidades
Allamano era um verdadeiro missionário apesar de nunca ter ido para países de missão. Na sua juventude desejava ingressar numa congregação missionária, mas o seu pedido não foi aceite por causa da sua saúde precária, que o acompanhou toda a vida. Impulsionado por intenso zelo apostólico e uma compreensão vívida da missão da Igreja, as suas preocupações atingiram o mundo. Ele sentiu a urgência do mandamento de Cristo de levar o Evangelho a todos os povos, e fundou o Instituto Missões Consolata (padres e irmãos) a 29 de janeiro de 1901, e as Irmãs Missionárias da Consolata a 29 de janeiro de 1910.

De Itália para o mundo
Hoje, os seus missionários e missionárias vivem a missão ad gentes em quatro continentes – Europa, África, América e Ásia. Através dos seus missionários evangelizou tantas pessoas em diversas partes do mundo, tornando-se o ‘Pai dos missionários’. Allamano exigia a santidade aos seus missionários, insistindo que Deus pede a santidade de todos, mesmo dos simples cristãos. Dizia Allamano –“Primeiro santos, depois missionários”. Outro elemento fundamental da sua espiritualidade era a centralidade da Eucaristia – “Os missionários devem fazer da Eucaristia o centro das suas vidas, celebrando a liturgia com dignidade e com o espírito missionário”. Allamano pedia também aos seus missionários para trabalharem em profunda comunhão com a Igreja e para valorizarem sempre o trabalho manual.

Palavras de um Papa
São João Paulo II disse na homilia da cerimónia da sua beatificação – “Neste momento em que o seu nome é acrescentado à lista dos beatos, José Allamano recorda-nos que, para sermos fiéis à nossa vocação cristã, devemos partilhar os dons recebidos de Deus com os irmãos e irmãs de todas as raças e culturas. Devemos anunciar Cristo com coragem e coerência a todos os que encontrarmos, especialmente àqueles que ainda não O conhecem”.

Onde tudo começou
Allamano nasceu em Castelnuovo Don Bosco, em Itália, a 21 de janeiro de 1851. Os seus pais eram José Allamano e Maria Anna Cafasso, irmã de São José Cafasso. Antes de entrar no Seminário Diocesano de Turim, em 1866, José Allamano passou alguns anos no chamado ‘Oratório’, sob a orientação espiritual de São João Bosco, e foi ordenado sacerdote a 20 de setembro de 1873. A sua primeira missão foi a formação do clero em Turim. A 2 de outubro de 1880 foi nomeado reitor do Santuário da Consolata em Turim, missão que desempenhou durante 46 anos.

Texto: Kelai Nicolas Betino