Uma vaga de violência obrigou mais de 700 mil rohingyas a fugirem das suas casas em Mianmar e a procurar refúgio no Bangladesh, em agosto de 2017, sendo que as décadas precedentes já tinham sido marcadas pela discriminação e violência. Cinco anos depois, Michele Bachelet, Alta Comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), afirma que a “catástrofe de direitos humanos em Mianmar continua a piorar”, com os militares a manter operações no sudeste, noroeste e outras regiões do país.

De acordo com a responsável citada pelos serviços de comunicação das Nações Unidas, o “uso do poder aéreo e da artilharia contra vilas e áreas residenciais intensificou-se”. As comunidades rohingyas foram frequentemente capturadas entre os combatentes do exército ou ainda “alvos diretos das operações”. São mais de 14 milhões as pessoas que carecem de assistência humanitária.

Segundo Michele Bachelet, a Organização das Nações Unidas continua a registar todos os dias graves violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, incluindo repressão a manifestantes e ataques a civis que podem ser considerados crimes de guerra e contra a humanidade.

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU esteve na última semana de visita ao maior campo de refugiados do mundo, localizado em Cox’s Bazar, no Bangladesh. O espaço alberga quase 1 milhão de rohingyas. Atualmente, ainda não estão reunidas as condições para que pessoas desta minoria étnica possam regressar às suas casas de forma “voluntária, digna e sustentável”, afirma a ONU.