A violência na República Democrática do Congo está a provocar “taxas recordes de migrações”, alertam as Nações Unidas. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), os confrontos no leste do país africano já “forçaram a fuga de pelo menos 11 mil pessoas para o Uganda, o país vizinho”. Entre os que cruzam a fronteira para “escapar das disputas entre milícias e forças armadas congolesas”, estão, na sua “maioria”, mulheres e crianças.

De acordo com Shabia Mantoo, porta-voz do ACNUR em Genebra, os refugiados “vivenciaram conflitos em diversas aldeias e carregavam apenas utensílios básicos, recolhidos às pressas durante a fuga”. Segundo a responsável, o ACNUR realocou, até agora, cerca de 500 pessoas para o centro de acolhimento de Nyakabande, que tem cerca de 1,5 mil vagas.

Aqueles quem chegam ao Uganda, o país que mais acolhe refugiados em África, fazem teste à covid-19 e recebem água, comida, abrigos comunitários e cobertores. Apesar das fronteiras do Uganda estarem atualmente encerradas para pessoas requerentes de asilo devido à pandemia, Shabia Mantoo elogia a decisão do governo de considerar esta situação como uma “exceção humanitária” e permitir assim a entrada segura das pessoas. Por outro lado, porta-voz do ACNUR demonstra preocupação com a possível sobrecarga dos serviços e, por isso, apela a recursos urgentes para apoiar os refugiados.