Álvaro Pacheco – Missionário da Consolata

Jesus dá oficialmente início à Sua missão com a leitura da profecia de Isaías (Lucas 4:16-19), da qual se destaca um dos verbos que definem e qualificam esta que é também a missão dos cristãos: libertar! Jesus fala em libertar os pobres, os prisioneiros, os cegos e os oprimidos. Pois bem, existem muitas ‘prisões’ em que o coração de milhões de seres humanos se encontra recluso, oprimido, explorado e violentado nos seus direitos e dignidade. Ou, atualizando esta ideia, existem muitos ‘vírus’ que atentam contra a humanidade, contra os quais Jesus lutou incansavelmente e contra os quais os cristãos são também convidados a lutar, libertando os que deles vivem cativos.

Tal como as vacinas estão a levar esperança ao mundo, mesmo que muitos ainda não as tenham recebido, a Boa Nova (Evangelho) de Jesus Cristo apresenta-se como a ‘Boa vacina’. São muitos os que precisam dela para se protegerem de muitos ‘vírus’, especialmente os da solidão, egoísmo, exploração, discriminação e indiferença. Mas em vez de ser tomada em duas doses, esta ‘Boa vacina’ deve ser tomada diariamente, sendo os cristãos membros da ‘task-force’ responsável pela distribuição e administração da mesma.

De que ‘vacina’ se fala? De uma com múltiplos elementos que curam, defendem e promovem a vida: a disponibilidade ao serviço, a partilha daquilo que é cada um e do que tem de melhor, o espírito de comunhão, a compaixão e a misericórdia. Num mundo cada vez mais doente, desigual e violento, a missão que brota da vocação cristã deve ajudar a sarar as feridas que condenam milhões a uma vida ‘infernal’. Tudo isto pode começar pelas pessoas que se encontram no dia a dia, sendo para todas elas Evangelho vivo, ativo e consolador.