O especialista em direito à alimentação, Michael Fakhri, alertou esta segunda-feira, 31 de agosto, que comunidade internacional tem que agir rapidamente para ajudar o Líbano na reconstrução após a explosão no Porto de Beirute, e assegurar o fornecimento de alimentos, já que o país importa 85 por cento dos produtos alimentícios que consome e ficou sem a sua principal fonte de entrada de bens alimentares.

O Porto de Beirute costumava movimentar 70 por cento das importações antes da explosão, registada no passado dia 4 de agosto, e armazenava 15 mil toneladas de trigo e cevada que ficaram completamente destruídas. Sem o apoio internacional, espera-se uma escassez de farinha já em meados de setembro, adianta o relator das Nações Unidas.

Segundo Michael Fakhri, a crise económica que atingia os libaneses antes da explosão foi agravada pela pandemia de Covid-19, e um número cada vez maior de pessoas está a ver-se forçado a diminuir a qualidade e quantidade do que come para evitar passar fome por dias. Para ultrapassar este problema, é fundamental que a comunidade internacional ajude a reconstruir o sistema alimentar no Líbano.

Em comunicado, o especialista pede ajuda também para os pequenos agricultores, pescadores e pastores de rebanho do Líbano, por forma a fazerem a transição para um comércio mais ecológico e que reforce os acessos local e regional aos mercados do país. A solução a longo prazo para o sistema alimentar libanês, reforça Fakhri, tem de se ancorar nos direitos humanos.