Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que 2 milhões de pessoas enfrentem atualmente insegurança alimentar no Líbano. Entre janeiro e abril deste ano, espera-se que 2,26 milhões de habitantes passem a necessitar de apoio com urgência. Quase 65 por cento das vítimas desta catástrofe serão libaneses, e os restantes sírios que vivem no Líbano como refugiados.

Profissionais do Programa Mundial da Alimentos (PMA) preveem que a situação piore nos próximos meses. Um estudo recente desenvolvido no país aponta para um “agravamento da situação de insegurança alimentar após a profunda crise económica de três anos”. “Fatores como depreciação da moeda, suspensão dos subsídios e o aumento do custo de vida impedem o acesso das famílias a alimentos suficientes e outras necessidades básicas diárias”, demonstram os serviços de comunicação das Nações Unidas.

De acordo com Abdallah Alwarda, representante do PMA no Líbano, “pessoas que nunca precisaram dependem agora de auxílio”. Nora Ourabah Haddad, representante no país da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), refere que os “dados ilustram um quadro sombrio da segurança alimentar no Líbano”, e destaca a “necessidade urgente de se transformar os sistemas agroalimentares do país para torná-los mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis”.