Pensar que iria estar num encontro com o Santo Padre fez-me sentir uma grande alegria interior que, com o aproximar do dia não consegui deixar de transmitir a quem comigo partilha o dia-a-dia
Pensar que iria estar num encontro com o Santo Padre fez-me sentir uma grande alegria interior que, com o aproximar do dia não consegui deixar de transmitir a quem comigo partilha o dia-a-diaOntem, de manhã, a consciência de que iria estar mesmo com o Papa, num encontro restrito e único, garantido pelo convite que segurava na mão, trouxe o nervosismo à flor da pele. O medo de que a confusão do transito me impedisse de chegar a tempo de entrar para a Igreja da Santíssima Trindade (IST) aumentou o nervosismo que só passou quando vi o interior do templo, após passar a segurança.
a expectativa era total, ainda que o simples facto de poder partilhar o mesmo espaço com o Papa por uma hora me bastasse para sentir uma satisfação e alegria enorme. Entrei para a IST exactamente quando o helicóptero que transportava o Papa sobrevoava o Santuário. Lá dentro muita gente, já sentada, aguardava com rostos visivelmente felizes, pelo sucessor de Pedro. À chegada fui conduzido até ao lugar por jovens voluntários acolhedores. ao mesmo tempo era acolhido pelo ensaio dos cânticos da Oração de Vésperas. Os dois ecrãs gigantes laterais permitiam ver a chegada e a aproximação do Santo Padre ao Santuário. O grande grupo de 7. 200 participantes nesta assembleia vibrou quando o Papa saiu do helicóptero, batendo palmas e dando vivas ao Papa. Por diversas vezes o Papa foi ovacionado, interrompendo sucessivamente os ensaios, para desespero do animador litúrgico. a ovação repetiu-se com a saudação do Papa na Capelinha e no momento da oferta da rosa de ouro a Nossa Senhora. assistíamos a tudo aquilo sem poder sair dali. Reinava a alegria, mas também a expectativa por poder ver o Papa de perto.com o Papa a entrar dentro da igreja foi a alegria total, com muitos a deixarem os seus lugares e a aproximarem-se do corredor central, subindo para cima dos bancos, de máquina fotográfica ou telemóvel em punho, fazendo de tudo para estar o mais próximo do Papa à sua passagem. Quando, finalmente, surgiu os meus olhos fixaram-se bem abertos e brilhantes naquele rosto que pacifica.com o Papa no altar surgiu o silêncio, para juntos rezarmos a uma só voz com o nosso Líder espiritual.
Das palavras da reflexão que fez na oração de vésperas, recordo o apelo que Bento XVI fez a todos os consagrados e leigos empenhados, à fidelidade e à lealdade à própria vocação. Seria um contra-senso constar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial, referiu o Santo Padre, salientando o necessário compromisso com o amor e a verdade, e lembrando que todos somos responsáveis pelo anúncio da fé e das suas exigências. Estas palavras estavam na linha do que já tinha dito na homilia da missa em Lisboa, e tocaram-se no íntimo do coração, pois eram-me dirigidas pelo meu Pai na Fé. Rezei com o Papa diante do Santíssimo, e rejubilei com a sua presença.
Esta visita do Papa foi para mim uma lufada de ar fresco, um reabastecer baterias, para no dia-a-dia viver a minha fé sem medo, transmitindo-a sem receio, mas com coragem, como simples trabalhador na vinha do Senhor.