Fátima é um fenómeno de religiosidade popular, um «dos maiores da Europa». E ao longo deste século ganhou «tónicas muito próprias»
Fátima é um fenómeno de religiosidade popular, um «dos maiores da Europa». E ao longo deste século ganhou «tónicas muito próprias» a visita do Papa a Fátima é um acontecimento fundamentalmente religioso e que exige um tratamento diferente, defendeu Manuel Clemente, durante uma mesa redonda sobre Visita do Papa Ratzinger numa encruzilhada cultural, em que participaram, também, José Pacheco Pereira e Helena Matos. O bispo do Porto lembrou que o santuário mariano português apresenta-se com uma persistência própria, sendo um fenómeno realmente único. Entre essas características que diferenciam Fátima encontra-se o sentimento redentor da vida aliado à tónica mariana muito presente.
O prelado defendeu a necessidade de intensificar o núcleo criativo do Cristianismo. Isto porque quando o culto é forte, essencialmente cristão e consegue formas de se expressar, isso verifica-se no campo da cultura, da arte, na forma de estar e conviver. Para um cristão, essa forma de viver a fé expressa-se, também, no campo da solidariedade. Exemplo disso, apontou o bispo do Porto, são o Centro João Paulo II que acolhe deficientes profundos e a Comunidade Vida e Paz que trata toxicodependentes, presentes em Fátima. Estas respostas sociais acontecem quando o centro cultual é intenso, personalizado na parábola viva do bom samaritano (de alguém que faz algo por outro).