Faleceu o irmão João: “Acordeonista, organista, poeta, trabalhador incansável”

João Alfaiate, irmão Missionário da Consolata, faleceu na noite da última quarta-feira, 5 de novembro, em Leiria. Tinha 91 anos, 71 deles de profissão religiosa como Missionário da Consolata, e residia na comunidade dos Missionários da Consolata de Fátima. “Era conhecido pelo seu espírito de serviço e, principalmente, pela sua alegria e grande entusiasmo missionário”, referem os Missionários da Consolata, através de uma nota publicada na página da congregação na rede social facebook, onde Albino Brás, também ele Missionário da Consolata, recorda um conjunto de características do falecido irmão.

“Disse-lho em vida, que, como pessoa e Missionário da Consolata, o irmão João era uma grande inspiração para mim. Acordeonista, organista, poeta, trabalhador incansável. Tinha muitos dons e talentos, que colocava ao serviço do Evangelho. Poeta do divino e do humano: tínhamos sempre um poema novo para festas e dias assinalados, como o Natal, a Páscoa, as Festas da Consolata e de Allamano, Dia das Mães,… Quando, nos anos em que fui diretor da revista ‘Fátima Missionária’, me cruzava com ele nos corredores, a sua saudação era sempre a dobrar: ‘Bom dia! Bom dia!’ A positividade, também: ‘Olha que bom! Olha que bom!’ Maestro da virtude, da simplicidade e da humildade, o irmão João deixa um vazio no meu coração, do Instituto Missionário da Consolata e, especialmente, na dimensão missionária da Igreja, a quem tanto serviu.”

O funeral do irmão João acontece na manhã desta sexta-feira, 7 de novembro, às 11h00, na Capela dos Missionários da Consolata, em Fátima. O irmão João era natural da Caranguejeira, Leiria, motivo pelo qual, pelas 14h00 desta sexta-feira, o seu corpo seguirá para a igreja da Caranguejeira onde será celebrada missa de corpo presente às 15h00, seguindo depois para o cemitério local. Era nos escritórios da FÁTIMA MISSIONÁRIA que o irmão João redigia os seus poemas. Escrevia sobre efemérides, mas também as memórias da sua vida missionária. Vários dos seus poemas, como aquele que é publicado abaixo, fazem referência ao Quénia, país onde esteve em missão.

Quadras de Missão XXXIII

Quando ainda era jovem
tomei a decisão
de entrar na Consolata,
como missionário irmão.

Rezei, trabalhei e estudei,
sempre com essa intenção
e nunca perdi o sentido
da minha vocação.

Um dia fui destinado ao Quénia,
onde quarenta anos passei.
Lá trabalhei com entusiasmo,
e depois para Portugal voltei.

Continuo sempre ativo,
com alegria e coragem,
até chegar aquele dia,
da última passagem.

Irmão João Alfaiate