Chamo-me Mafalda Cardoso, tenho 22 anos, sou licenciada em Estudos Artísticos e sou uma das voluntárias que integra a “Missão ProFunda”, organizada pelos Missionários da Consolata. Estou desde sempre ligada a esta congregação religiosa, pois a minha tia é Leiga Missionária da Consolata e cresci a acompanhar de perto este caminho. Hoje em dia, faço parte do grupo Jovens Missionários da Consolata e estou também a percorrer o meu próprio percurso missionário. Tive a oportunidade de já ter participado noutra missão, na Costa do Marfim, em 2022, e agora preparo-me para regressar a África, desta vez para Angola, com o coração aberto.
O grupo é constituído por oito voluntários que se preparam para partir em missão para Funda, uma localidade da província de Luanda, inserida na diocese de Caxito, onde vamos ficar hospedados na casa dos Missionários da Consolata. Somos acompanhados por cinco animadores ligados à Consolata: a irmã Graça Lameiro, o padre Geoffrey Menya, a Catarina Guerra, a Mariana Baptista e o João Raposo. Eles têm sido uma presença fundamental ao longo da preparação desta missão, ajudando-nos a crescer na fé, no espírito de serviço e na partilha.

Voluntários pretendem construir uma cozinha comunitária em Funda | Foto: DR
O nosso grupo é bastante diverso. O membro mais novo tem 19 anos e o mais velho tem 59. Temos artistas, programadores, estudantes e psicólogos. Vivemos em diferentes zonas do país, mas estamos unidos pelo mesmo desejo: estar ao serviço dos outros e deixar que esta experiência nos transforme.
A missão decorre durante este mês de agosto, e o projeto principal é a construção de uma cozinha comunitária em Funda. No entanto, queremos, acima de tudo, estar com a comunidade, conhecer as suas necessidades, animar as crianças e jovens com jogos e atividades e acompanhar de forma atenta aqueles que se sentem excluídos ou esquecidos, seja por doenças, ou, simplesmente, solidão. Não queremos apenas “fazer”; queremos estar presentes, escutar, caminhar lado a lado com quem nos acolher.
Para Angola, cada um de nós leva duas malas de porão com roupa, material escolar, brinquedos e medicamentos. Tudo cuidadosamente reunido ao longo dos últimos meses com a ajuda das nossas comunidades e amigos. Apesar de já ter vivido uma missão, sinto-me como se fosse a primeira vez. Há um entusiasmo diferente, um nervosismo bom. Não sei o que esperar, mas confio. Parto pronta a dar o melhor de mim, mas também a aprender e a deixar-me tocar por cada encontro, cada sorriso e cada história.
Nas últimas semanas, temos realizado várias atividades de preparação e recolha de bens. Partilhamos momentos de oração, encontros formativos e dinâmicas de grupo. Através das fotografias que acompanham este texto é possível conhecer um pouco mais deste nosso caminho até Funda. Acredito que esta missão não é só nossa, é de todos aqueles que nos acompanham, que rezam por nós e que acreditam que, com pequenos gestos, podemos construir algo maior.

“Café concerto” em Sintra foi um momento de festa e solidariedade | Foto: DR








