Leão XIV celebrou solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo com 54 arcebispos metropolitas dos vários continentes | Foto: Lusa/EPA

O Papa apelou domingo, 29 de junho, ao diálogo, para travar os conflitos que afetam várias partes do mundo, sublinhando o conflito na Ucrânia. “Irmãs e irmãos, continuemos a rezar para que em toda a parte se calem as armas e se trabalhe pela paz, através do diálogo”, disse, após a recitação do ângelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

Leão XIV saudou, em particular, um grupo de peregrinos da Ucrânia presentes no Vaticano, que tinha recebido em audiência no sábado. “Rezo sempre pelo vosso povo”, declarou.

Na audiência de sábado, o Papa Leão XIV acolheu peregrinos da Igreja greco-católica ucraniana, a quem exprimiu a “proximidade à Ucrânia atormentada” e com quem quis “partilhar a dor pelas vítimas e prisioneiros de guerra”.

“A fé do vosso povo está agora a ser posta à prova. Muitos de vós, desde que a guerra começou, perguntaram-se certamente: Senhor, porquê tudo isto? Onde estás? O que é que temos de fazer para salvar as nossas famílias, as nossas casas e a nossa pátria? Acreditar não significa ter já todas as respostas, mas confiar que Deus está connosco e nos dá a sua graça, que Ele dirá a última palavra e que a vida vencerá a morte”, afirmou o Papa em audiência aos participantes na peregrinação, por ocasião do Jubileu da Esperança.

A delegação ao Vaticano integra bispos, sacerdotes, consagrados e leigos, acompanhados pelo arcebispo Sviatoslav Shevchuk, metropolita da Igreja Greco-Católica Ucraniana e arcebispo maior de Kiev-Halyč Shevchuk.

Aos participantes, o Papa lembrou que a fé é um tesouro a partilhar, “com dificuldades, provações e desafios, mas também oportunidades para crescer na confiança e no abandono em Deus”.

“A Virgem Maria, tão querida pelo povo ucraniano, que com o seu humilde e corajoso «sim» abriu a porta para a redenção do mundo, garante-nos que também o nosso simples e sincero «sim» pode tornar-se um instrumento nas mãos de Deus para realizar algo grandioso. Dizer «sim» hoje pode abrir novos horizontes de fé, de esperança e de paz, sobretudo a todos aqueles que estão a sofrer”, convidou.

O Papa quis exprimir “proximidade à Ucrânia atormentada, às crianças, aos jovens, aos idosos e, de modo especial, às famílias que choram os seus entes queridos”. “Partilho a vossa dor pelos prisioneiros e pelas vítimas desta guerra sem sentido. Confio ao Senhor as vossas intenções, as vossas lutas e dramas quotidianos e, sobretudo, os vossos desejos de paz e serenidade”, referiu.

No final, Leão XIV também saudou e abençoou algumas mães de soldados ucranianos mortos na guerra.

Este domingo, 29, solenidade dos santos Pedro e Paulo, padroeiros de Roma, o Papa Leão XIV presidiu à missa na Basílica de São Pedro. Na homilia, o bispo de Roma recordou que a Igreja “é chamada a ser sinal de unidade e comunhão, uma comunidade que vive uma fé viva e ardente, formada por discípulos que testemunham a alegria e a consolação do Evangelho em todas as situações humanas”.

Trágico acidente na República Centro-Africana

Depois da recitação do ângelus, neste domingo, Leão XIV evocou o acidente que provocou dezenas de mortos e centenas de feridos numa escola da República Centro-Africana, na última quarta-feira.

“Asseguro as minhas orações pela comunidade do Liceu Barthélémy Boganda de Bangui, na República Centro-Africana, em luto pelo trágico acidente que causou numerosos mortos e feridos entre os estudantes. Que o Senhor conforte as famílias e toda a comunidade”, referiu o Papa.

Texto redigido por 7Margens/Agência Ecclesia, ao abrigo da parceria com a Fátima Missionária.